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O PROBLEMA SÃO AS SAÚVAS

O combativo jornal Forquilha estará circulando antes das eleições, e em razão disso, não podemos aquilatar o tamanho do imbróglio da crise instalada na campanha Presidencial de Lula. Em artigo publicado nos sites carosamigos, blogsdedireito, cmi, probidad e jeremoabohoje, sob o título GENOCÍDIO À BRASILEIRA, tive a oportunidade de escrever: “A liderança política do Presidente Lula é um fenômeno popular, e isso é um dado correto, tal qual foi Getúlio entre as décadas 30 e 50, respeitadas as peculiaridades e as respectivas épocas. Sob que pese a liderança do Presidente, há um divorciamento latente entre o líder (Presidente) e o Governo (Ministros e exercentes de altos cargos da República). Não se fala a mesma língua. Todo dia um Ministro produz um factoide, e são tantos que não é permitido enumerá-los em breve comentário.” O Governo não acabou. As mudanças no círculo político de Lula foram profundas, Zé Dirceu, Genoíno, João Paulo e etc…

Nas eleições em curso o Presidente Lula vinha numa campanha política para liquidar a fatura no primeiro turno, beneficiado pelo candidato chuchu do PSDB, sem gosto, sem graça e sem conteúdo. O cunho eleitoral era plesbicitário. A pergunta era simples: Você aprova o governo Lula? Sim ou Não. Não satisfeito com o desempenho eleitoral de Lula, alguns de seus assessores diretos e coordenadores da campanha resolveram dar uma mãozinha a candidatura de Mercadante ao governo de São Paulo. A peso de ouro partiram para comprar um dossiê fajuto montado por Vedoin (comandante das sanguessugas das ambulâncias), pela bagatela de R$ 1.700.000,00 (um milhão e setecentos mil reais), com pagamento em cruzeiros e dólares. O dossiê continha fotos de Serra (PSDB), quando Ministro da Saúde, fazendo entrega de ambulâncias. Era tudo o que se queria. Lula Presidente e Mercadante governador de São Paulo. Deu no que deu.

Estão envolvidos: Berzoini, coordenador da campanha Presidencial; Jorge Lorenzetti, o churrasqueiro do Planalto e coordenador do setor de inteligência da campanha; Freud Godoy, segurança do Presidente por algum tempo; Osvaldo Bargas, amigo particular de Lulla e membro do comitê de campanha; Hamilton Lacerda, ex-assessor de comunicação da campanha Mercadante; Gedimar Pereira Passos, do comitê de campanha do Presidente; Expedito Afonso Veloso, ex-diretor do Banco do Brasil e participante da campanha. A Polícia Federal chegou a tempo e pegou todo mundo com a mão na botija, prisão em flagrante. Não se mostrou o dinheiro apreendido, como aconteceu com Jorge Murad, marido de Roseana Sarney, no Maranhão, Na oportunidade, Roseana era pré-candidata a Presidente pelo PFL e demonstrava consistência eleitoral. A pré-candidata renunciou.

A popularidade do Governo Lula chegou a todos os cantos e a todas as classes sociais. Está consolidada na classe pobre. Detinha já a maioria da classe média e avançava na classe mais alta da sociedade, enfim, a distribuição da bolsa família, casa e luz para todos, inflação controlada e exportações crescentes era tudo o que se queria. Faltava somente abrir as urnas e partir para o abraço. Talvez isso ainda aconteça no domingo, ou não. Os patetas do Planalto resolveram que isso não era suficiente e partiram para a imbecilidade. Ora, Lula Presidente, e Serra Governador, o que haveria de anormal? Nada. A centralização pelo Governo Federal na arrecadação dos tributos sufocou e levou os Estados e Municípios a uma quebra generalizada. Moral da história: O Governador seria um refém do Presidente.

O que resulta do imbróglio é uma crise institucional sem precedentes. A base do Governista na Câmara Federal deve encolher em muito. A tentativa da compra vai se projetar no 2º Governo de Lula. Lembremos de Nixon. Uma desastrada manobra pré-eleitoral do assessores causou a renúncia de Nixon. O mais grave é que pessoas ligadas diretamente ao Presidente estão envolvidas. Em seguida ao escândalo, a diferença entre Lula e os demais candidatos encolheu para 3%. Divulgação de hoje se anuncia que em Brasília Alckmin já bate em Lula e o Presidente, por nota, diz que não comparecerá ao debate eleitoral de quinta na Globo. Se for será o mote da vez, se não for vai ser execrado. E se houver 2ºturno? É o Presidente batido por quem é mais diretamente ligado. Muy amigos. O povo quer Lula, seus amigos não.

Paulo Afonso, 25 de setembro de 2006. Fernando Montalvão, montalvao@montalvao.adv.br