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CORRIDA PRESIDENCIAL

O que aparentemente era fácil começou a complicar. Na última pesquisa Vox Po-puli divulgada pelo Jornal da Band, registro no TSE de 10736/2006, a diferença do presidente Luiz Inácio da Silva Lula (PT) para Alckmin (PSDB) caiu 10% (dez por cento), ficando o Presidente com 42% e Alckmin com 32% das intenções de voto. No mês de junho a diferença era de 13%. Além dos dois candidatos citados, con-corre ainda Heloisa Helena (PSOL), com 7% das intenções de voto, Cristovão Bu-arque (PDT) com 1% e mais outros de menor expressão. Mesmo com a redução da distância entre o Presidente e Alckmin, Lula ganha em 1º Turno. Dos resultados obtidos pelo Instituto de Pesquisa, vale salientar o crescimento de Heloisa Helena, de 2%, subiu de 5% em junho para 7% em julho. A as candidaturas da senadora e do Senador Cristovão Buarque, aparentemente, tiram votos do Presidente.

Interpretar os resultados de Pesquisas compete aos Partidos Políticos para defesa de seus candidatos. Pesquisa não define resultados, reflete apenas um dado mo-mento. É um retrato do quadro eleitoral no momento de sua realização, contudo, creio que dois aspectos são de extrema importância, a intenção de voto e a rejeição ao candidato. O presidente Lula é o de maior rejeição. A rejeição é encontrada quando o eleitor é indagado pelo entrevistador em qual candidato ele não voltaria.

O horário gratuito no Rádio e na TV é que definirá o resultado. Crescendo Alckmin ou as candidaturas de Heloisa Helena e Cristovão Buarque forçando um 2º. Turno, a reeleição do presidente Lula ficará muito difícil. Creio até em 2º Turno ele será derrotado. O sucesso de uma candidatura depende de muitos fatores. Muitas ve-zes uma candidatura consolidada perde fôlego por má colocação de uma frase. Temos inúmeros exemplos.

Nas campanhas anteriores, o presidente e o PT apregoavam uma nova sociedade, uma nova ordem econômica e uma nova ética política como fator de transformação. Não mudou a economia. Ficou mantida a política liberal de Fernando Henrique-Pedro Malan. No plano ético foi um desastre. A única ruptura se deu no plano soci-al, a ascensão de um nordestimo-operário oriundo da classe mais pobre da popula-ção brasileira que chegou a Presidência da República. Tanto no governo Lula como no governo FH, a busca foi gerar o superávit primário, honrar os contratos interna-cionais e pagar juros absurdos aos credores internacionais. O compromisso com o social só na época das campanhas.

Seja qual for o resultado final das eleições presidenciais não se reserva grande coisa para a população brasileira. O presidente Lula, se eleito, mesmo com seus planos sociais incorporados no Fome Zero e sistema de cotas a impor a descrimi-nação social até racial, deverá ser refém de parte da elite brasileira, representada no PMDB e nos partidos que lhe dão sustentação. Não deverá ter uma base parla-mentar apoiada no PT que deverá diminuir de tamanho. A hora passará a ser dos ave de rapina, o PMDB chamado governista, sem identidade, cheiro, sem cor e sem caráter, o PMDB Macunaíma.

Se eleito Alckmin, mesmo oriundo da classe média paulistana, representará a velha ordem elitista que segundo o governador Lembo (SP), logo após a primeira investi-da do PCC em São Paulo, freqüenta os restaurantes mais finos e viaja para Nova Iorque sem se preocupar o que se passa nas ruas.

Concluindo: O que se esperar? Vivenciamos o escândalo do Banco do Estado do Paraná que envolveu a elite política brasileira. Nenhuma punição. A CPI instalada foi presidida pelo Dep. Mentor (PT) que depois foi envolvido e absolvido no escân-dalo do Mensalão. No capítulo do mensalão, o governo petista disse para a elite destronada (leia-se PSDB-PFL), eu faço porque vocês fizeram e se você quiser em fazer alguma coisa conosco, diremos seus podres. Já a elite, por sua vez, disse ao governo petista, vamos deixar tudo como está e vocês silenciam sobre o que fize-mos. Eis ai o ACORDÃO.

Em artigo publicado no mês de outubro/2005, sob o título Pizza, Aborto e Comida Azeda (jeremoabohoje, carosamigos, cmi e usinadaspalvras, eu afirmara que as CPIs dos Correios e do Mensalão não dariam em nada, ninguém seria cassado, exceto Roberto Jefferson e José Dirceu e mais algum outro. 100% de acerto. Zé Dirceu foi cassado como o bode expiatório do PT e para resguardar o presidente, aplacando a ira das hienas, e Jefferson, não porque houvesse mentido, e ele não mentiu, porém, foi cassado por quebrar o código de honra do Parlamento Nacional.

Fernando Montalvão, Paulo Afonso, 15.07.2006. montalvao@montalvao.adv.br