seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

Nordeste x Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), fez duras críticas à proposta defendida por Estados do Nordeste de alterar as regras de distribuição dos royalties cobrados da área já licitada do pré-sal.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), fez duras críticas à proposta defendida por Estados do Nordeste de alterar as regras de distribuição dos royalties cobrados da área já licitada do pré-sal. O governador acusou os defensores da mudança de estarem “roubando” o Rio de Janeiro. “Depois do esforço de semanas de negociações, chega a ameaça que me parece mais um butim, um desrespeito federativo, uma ameaça ao que já foi licitado e que são receitas dos Estados”, disse o governador, visivelmente irritado.
 
Após reunião com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), Cabral cobrou dos governadores nordestinos a manutenção do acordo firmado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há duas semanas, para alterar a distribuição dos royalties apenas para os campos do pré-sal que ainda não foram licitados, e que serão explorados pelas novas regras em tramitação no Congresso Nacional. “Eu vim aqui expressar a minha indignação. Regras precisam ser respeitadas”, acrescentou.
Liderados por Eduardo Campos, de Pernambuco, os governadores do Nordeste querem que a divisão acordada para os royalties do pré-sal, que beneficia os Estados que não produzem a commodity em sua costa, também seja aplicada aos 28% da área que já foi licitada.
No parecer do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), relator do projeto de lei que estabelece o modelo de partilha para o pré-sal, a alíquota dessa compensação cobrada das empresas que produzem petróleo no País será elevada para 15% e a parcela de recursos a ser dividida entre todos os Estados e municípios saltará para 44% do total. Pelas regras atuais, a alíquota dos royalties é de 10%. O volume rateado entre Estados e municípios é de 7,5%. Os Estados produtores, como Rio e Espírito Santo, terão sua fatia elevada de 22,5% para 25%.
Além de Cabral, participaram do encontro com Temer o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), além do relator Henrique Alves e deputados da bancada fluminense. Os dois governadores também almoçaram na casa de Temer em Brasília. Cabral terá uma reunião, a partir das 15h, com os deputados da bancada para definir a estratégia ser adotada.
O impasse entre Rio, Espírito Santo e os governadores do Nordeste é mais um elemento que pode impedir a votação, em plenário, hoje, do projeto que estabelece o novo modelo de exploração e produção de petróleo. O primeiro problema prático a ser enfrentado é a votação de uma Medida Provisória (MP) que está travando a pauta de votações. Sem isso, Temer fica impedido de iniciar o processo de votação do projeto da partilha.
Um dos motivos da irritação de Cabral foi o relato dos líderes sobre a tendência de apoio em plenário à proposta defendida pelos nordestinos. Segundo relato de uma fonte que acompanhou o encontro, a proposta de mudar as regras de distribuição dos royalties conta com apoio de boa parte das bancadas de partidos como PP, PR, PTB, PSB e PTB e há suporte até mesmo dentro do PT e do PMDB, partido do relator do projeto.
 

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

Juiz de São Paulo será investigado por descumprir ordem do STJ
STJ admite voto de ministro que não viu sustentação oral presencial
Pescadora artesanal consegue auxílio seguro-defeso não concedido pelo INSS