Palco da principal crise política deste ano, o Senado foi transformado em moeda de troca para a negociação de alianças no maior colégio eleitoral do País. Para assegurar um palanque forte na corrida presidencial de 2010, os partidos que tendem a polarizar a eleição decidiram empurrar seus integrantes para o sacrifício e apoiar potenciais aliados para uma das vagas que serão abertas na Casa no ano que vem.
Em 2010, entram em jogo duas das três cadeiras a que cada Estado tem direito no Senado. A renovação ocorrerá pouco mais de um ano após o Estado revelar o escândalo dos atos secretos, que colocou na mira o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Em São Paulo, serão disputadas as posições de Aloizio Mercadante (PT) e Romeu Tuma (PTB). Candidato à reeleição, Mercadante é tido como presença certa na disputa. Mas o PT já definiu que a segunda vaga servirá apenas para atrair apoiadores para a candidatura presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
A ex-prefeita Marta Suplicy (PT) estava de olho na vaga, mas isso não impediu o PT de apresentar ao vereador Gabriel Chalita, ex-tucano recém-filiado ao PSB, uma proposta de composição. O PT vê a oportunidade de ganhar um puxador de votos tradicionalmente dirigidos ao PSDB. Também quer fortalecer o palanque religioso de Dilma, graças à relação de Chalita com a Renovação Carismática Católica.
Evitando bater de frente com o PSB, Mercadante vem defendendo internamente que o PT dê atenção ao PC do B, que ventila os nomes do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) e do vereador Netinho de Paula (PC do B-SP). Ele investe ainda na tese de que o melhor é apostar em quadros experientes. “Precisamos de senadores com competência e, de preferência, boa experiência legislativa”, diz.