seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

Mais um caso da Caixa de Pandora

O policial civil aposentado Marcelo Toledo Watson, apontado nas investigações da Caixa de Pandora como um dos operadores de um suposto esquema

O policial civil aposentado Marcelo Toledo Watson, apontado nas investigações da Caixa de Pandora como um dos operadores de um suposto esquema de corrupção envolvendo a cúpula do Governo do Distrito Federal além de vários deputados distritais, é sócio de uma empresa que começou a executar em janeiro deste ano um contrato no valor de R$ 21 milhões com o Transporte Urbano do Distrito Federal, o DFTrans. O contrato, assinado em 19 de dezembro de 2008, foi publicado na página 38 (seção III) do Diário Oficial do Distrito Federal de 8 de janeiro deste ano.
 
 
Marcelo Toledo tem 33% da Voxtec Engenharia e Sistemas Ltda. A empresa faz parte de um consórcio que inclui a Minauro Informática Ltda. e a JFM Informática Ltda. Juntas, as três empresas ganharam licitação para implementar um serviço descrito oficialmente como “solução tecnológica integrada de gestão e informações de transporte”. A vigência do contrato é de 12 meses, contados a partir da data de publicação do mesmo, portanto, a parceria ainda está ativa e tem previsão para terminar no próximo mês.
O contrato entre o consórcio que contempla a firma de Marcelo Toledo com o DFTrans é assinado por Haroldo Jacobovicz, que representa legalmente as três empresas no negócio, e pelo diretor-geral do Transporte Urbano do DF, Paulo Henrique Munhoz da Rocha. Assim como Toledo, Paulo Henrique é personagem de um dos vídeos entregues pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa ao Ministério Público e à Justiça Federal.
Em um dos vídeos, Marcelo Toledo é gravado entregando um pacote de dinheiro (que é aberto e conferido) ao ex-assessor de imprensa do GDF Omézio Pontes — afastado em função das denúncias de envolvimento no suposto esquema. Durante o encontro, ele diz a Durval que o vice-governador Paulo Octávio precisa de mais dinheiro para a campanha dos prefeitos.
 
Barbosa gravou encontro com o diretor do DFTrans, Paulo Henrique
Quem também participa de uma outra produção do ex-secretário de Relações Institucionais é Paulo Henrique Munhoz. O diretor do DFTrans dá satisfação a Durval sobre uma licitação em curso no governo e recebe maços de dinheiro em notas de R$ 20 e de R$ 50 das mãos do delator. Durval disse em depoimento ao Ministério Público que pagou em propina R$ 20 mil para um diretor do DFTrans, identificado como Paulo Roberto (aí faz uma confusão, já que o nome do diretor é Paulo Henrique). De acordo com Durval, o pagamento era decorrente de contratos na área de informática.
Tucunaré
Além da Caixa de Pandora, que pôs luz a um suposto esquema de pagamento de propina envolvendo empresários, deputados, além do governador Arruda, uma outra frente de investigação (que começou pela Polícia Civil do DF e foi transferida para a Polícia Federal) apura a participação de Marcelo Toledo num outro esquema, de lavagem de dinheiro e evasão de recursos para o exterior. Segundo reportagem da revista Época, a Operação Tucunaré tem como foco Marcelo Toledo. Uma das evidências do comprometimento do policial aposentado seria a existência de um grampo no qual ele conversaria com o doleiro Fayed Trabously.
O Correio tentou localizar Marcelo Toledo e Paulo Henrique Munhoz, mas não conseguiu fazer contato. Por meio de seus advogados, o vice-governador negou qualquer pedido. O secretário de Transporte, Alberto Fraga, afirmou que apesar de o DFTrans ser vinculado à secretaria que comanda, os contratos são assinados independentemente pelo órgão e não passam por ele. “Quando começaram essas histórias todas, pedi para ele (Paulo Henrique) dar uma analisada, passar um pente-fino mesmo. E ele me garantiu que não tinha problemas”, afirmou Fraga.

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

Justiça absolve empresário de crime tributário por ausência de dolo
Pendência de trânsito em julgado impede detração de pena, decide TJ-SP
Juiz de São Paulo será investigado por descumprir ordem do STJ