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CPI quebra o sigilo de lobista no Tribunal de Justiça do Rio

A CPI criada pela Assembleia Legislativa do Rio para investigar a venda de sentenças no Judiciário fluminense decidiu ontem, na primeira sessão de depoimentos

 A CPI criada pela Assembleia Legislativa do Rio para investigar a venda de sentenças no Judiciário fluminense decidiu ontem, na primeira sessão de depoimentos, quebrar o sigilo fiscal, telefônico e bancário do lobista Eduardo Raschkovsky.
 
Amigo de desembargadores, ele é suspeito de oferecer blindagem jurídica a empresários, tabeliães e políticos em troca de vantagem financeiras.
 
Embora tivesse obtido um habeas corpus junto ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio, assegurando o direito de ficar calado e não ser preso durante o depoimento, Raschkovsky não compareceu à sessão, apesar das três convocações enviadas.
 
Os advogados do lobista foram à Alerj e alegaram que o cliente estava internado, com problemas cardíacos. Os deputados exigiram atestado médico.
 
A CPI ouviu ontem a empresária Rosângela Reis Oliveira e o comerciante Alberto de Oliveira Ferreira. Ambos são ex-funcionários da Made in Brazil, empresa dos doleiros Raul Fernando, Jorge e Guilhermo Davies. Documentos apreendidos pela Operação Farol da Colina, desencadeada pela Polícia Federal em 2004 para reprimir a evasão de divisas, mostram que os irmãos Davies ajudaram a ex-mulher do desembargador Roberto Wider (corregedor licenciado do TJRJ) a remeter US$ 10 mil para um banco português por um esquema paralelo.
 
 
Investigados negam remessas para o exterior
 
Rosângela e Alberto negaram conhecer Wider e Raschkovsky, além de dizer que nunca fizeram remessa de divisas para ambos ou outro cliente dos Davies. Eles disseram que, após deixar a Made in Brazil (alvo da Farol da Colina), se juntaram a um terceiro colega, Marco Antônio Baptista de Oliveira, para montar, em 2001, a sua própria agência de turismo, a Hay.
 
Certidão da Junta Comercial atesta que a Davies Participações, dos três irmãos, foi sócia de Raschkovsky na empresa imobiliária Ocean Coast – que teve participação de Marlene Carpena Amorim, mulher do excorregedor da Justiça, Manoel Carpena Amorim. Novamente, Rosângela e Alberto negaram conhecer essa empresa.
 
Rosângela, que trabalhou 15 anos para os Davies e outros sete na Hay, disse que os ex-patrões não tiveram ligação com sua empresa. Ela afirmou que, na Hay, nunca trabalhou com remessas de divisa. Disse ainda que, embora fizesse retiradas mensais de R$ 1,5 mil a R$ 1,8 mil, conseguiu comprar uma casa no condomínio Garatucaia, em Angra dos Reis, por R$ 235 mil à vista, dinheiro proveniente de suas economias pessoais.
 
Alberto, que depôs em seguida, contou que, após passar cinco anos rompido com Rosângela (ele ficou na Hay de 2001 a 2004), foi procurado por ela segundafeira para conversar sobre a convocação, mas que não combinaram versões: – Ela me ligou, e a gente se encontrou por 40 minutos no Centro. Rosângela me ofereceu um advogado para me acompanhar no depoimento.
 
Para dar continuidade às apurações, a CPI aprovou a convocação do terceiro sócio, que também trabalhou na Made in Brazil, Marco Antônio Batista de Oliveira, assim como a dos exdonos da empresa. Wider também será convidado a prestar esclarecimentos à CPI. De acordo com o deputado Paulo Ramos, a comissão sabe de todas as prerrogativas de Wider: – Oferecemos um espaço para que o desembargador possa ser ouvido.

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