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Testemunha diz que policiais ignoraram apelos

“Eles continuaram agindo normalmente, como se não nos ouvissem. Era como se as pessoas estivessem falando com animais ou surdos”. De acordo com a auxiliar de serviços gerais Geny Lima de Sousa, testemunha arrolada pela acusação na ação penal movida contra três policias acusados da morte do vendedor Luiz Antônio Ferreira de Azara, esta foi a forma com que os acusados reagiram no momento em que os vizinhos e parentes do rapaz gritavam pedindo para que eles não entrassem na casa do vendedor nem fizessem nada com ele.

“Eles continuaram agindo normalmente, como se não nos ouvissem. Era como se as pessoas estivessem falando com animais ou surdos”. De acordo com a auxiliar de serviços gerais Geny Lima de Sousa, testemunha arrolada pela acusação na ação penal movida contra três policias acusados da morte do vendedor Luiz Antônio Ferreira de Azara, esta foi a forma com que os acusados reagiram no momento em que os vizinhos e parentes do rapaz gritavam pedindo para que eles não entrassem na casa do vendedor nem fizessem nada com ele.

Geni prestou depoimento hoje (17) ao juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia. Ainda segundo ela, na ocasião chegaram primeiros os policiais militares e, em seguida, os da tropa da Rotam, que subiram no telhado da casa ao lado para assim conseguir entrar na residência onde o rapaz morava. Ressaltando que a vítima mancava, mas sem saber especificar a razão da deficiência, a auxiliar de serviços gerais afirmou que o conhecia desde pequeno, pois seu filho era amigo dele. “Foi algo que nunca imaginei que presenciaria alguma dia”, comentou, lembrando que, antes de ser alvejado, o rapaz gritava de dentro da casa, onde já estava em poder dos PMs: “Não faça isso comigo, não!”. Geni disse que os gritos da vítima, na ocasião, “eram gritos de horror”.

A depoente disse que jamais ouviu falar que Luiz Antônio tivesse o hábito de brigar ou andar armado e salientou ter ouvido, no mínimo, quatro tiros disparados dentro da casa. O crime ocorreu em 27 de janeiro do ano passado, por volta das 17 horas, dentro da residência onde a vítima morava com a mãe, na Vila São José.

Caso

São acusados do crime os policiais Adailton Ribeiro dos Reis, Brunner Ramos da Silva e Wagner Pereira dos Santos. De acordo com o Ministério Público (MP), utilizando duas pistolas PT-940 e uma pistola 9mm, todas da marca Taurus, eles desferiram quatro tiros contra Luiz Antônio, causando-lhe a morte. No dia do crime, conforme a denúncia, por volta das 16h30, na Avenida São Clemente, situada no bairro, Luiz Antônio conduzia uma motocicleta Honda/Titan CG-150, de cor vermelha, de propriedade de um amigo, quando recebeu um alerta do carro da PM para que estacionasse o veículo. Assustado, uma vez que não estava usando o equipamento de proteção adequado nem portando documentos, ele acelerou o veículo com o intuito para fugir dos policiais.

O vendedor mudou seu trajeto e dirigiu-se para sua residência. Logo depois, foi procurado por Edvon, que estava em seu estabelecimento comercial e havia presenciado a perseguição policial. Diante da fuga, diversos policiais se empenharam em localizá-lo, cercando sua casa. Consta dos autos que, ao saber da intensa movimentação da PM em frente a sua casa, Solange dirigiu-se ao local e pediu aos policiais que não fizessem nenhum mal ao seu filho, alegando que ele era uma pessoa honesta, sem antecedentes criminais e que tudo não passava de um equívoco.

No entanto, ignorando o apelo da mãe, amigos e vizinhos – que tentaram explicar que Luiz Antônio tinha uma deficiência física – a polícia cercou o local, agindo de maneira agressiva e, sem a menor justificativa, começou a gritar, empunhar as armas e determinar que todos se calassem e se afastassem da casa. Ato contínuo, três policiais contornaram o quarteirão e pularam o muro da casa, surpreendendo Luiz Antônio na área de serviço. Nesse instante, cada um dos denunciados efetuou um disparo em direção à vítima, atingindo-a com dois tiros. Ferido, Luiz Antônio tentou entrar na cozinha de sua casa, mas foi atingido com mais dois tiros por Wagner Pereira na região torácica, o que causou-lhe a morte imediata.

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