Stanley Tookie Williams, fundador da gangue de rua Crips, grupo acusado por mais de 100 mortes, foi executado na prisão de San Quentin, informa a rede de televisão CNN. Ele recebeu uma injeção letal. Preso há mais de 20 anos, Williams tornou-se, há mais de uma década, um ativista contra a violência, escrevendo livros e gravando palestras para estimular a paz nas ruas. Ele chegou a ser indicado para o Prêmio Nobel da Paz.
A combinação mortal de produtos químicos injetada pelas autoridades do corredor da morte da prisão de San Quentin, na baía de San Francisco, parou o coração de Williams pouco depois da meia-noite (6h em Brasília), como estava previsto.
O governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger não se deixou comover pelos apelos de astros de Hollywood e por mais de 50.000 pessoas que assinaram petições afirmando que as atividades de Williams nos últimos anos representaram uma compensação pelo crimes da gangue. Williams foi condenado à morte por quatro assassinatos, que segue negando.
“Depois de estudar as provas, vasculhar a história, ouvir os argumentos e lutar com as profundas conseqüências, não pude encontrar justificativa para conceder a clemência”, disse Schwarzenegger. “Os fatos não justificam derrubar o veredicto do júri ou as decisões dos tribunais neste caso”. O governador tem o poder de transformar uma pena de morte em prisão perpétua.
Pelo menos em público, a pessoa menos preocupada com o desfecho do caso foi o próprio Williams. “Eu, com medo do que estou enfrentando, que bem isso iria me fazer? Como isso vai me beneficiar?”, disse o condenado, numa entrevista recente. “Se é minha hora de ser executado, para que toda essa reclamação vai servir?”