A Polícia Federal libertou na madrugada de ontem o presidente da Vasp, Wagner Canhedo, em Brasília. Ele estava detido desde segunda-feira à noite na Superintendência da PF.
O desembargador do TRF da 3ª região concedeu um habeas corpus pedido pelos advogados da Vasp. O empresário foi libertado às 4h30 de hoje. Segundo a Vasp, depois de solto, Canhedo foi para sua casa em Brasília, na Asa Sul. Hoje de manhã, ele viajou para São Paulo, para trabalhar no seu escritório, próximo ao Aeroporto de Congonhas.
Segundo a PF, a prisão foi feita em cumprimento à determinação da Justiça Federal de São Paulo, que ordenou a detenção do empresário por 60 dias.
O executivo foi considerado “depositário infiel’ pela Justiça, ao descumprir a determinação da 5ª Turma do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, que havia penhorado em novembro passado 5% do faturamento da Vasp para pagar os débitos da empresa com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Como a quantia -estimada em R$ 5 milhões por mês- nunca chegou a ser depositada, a Justiça determinou a prisão de Canhedo. Pelos cálculos da Previdência, os débitos da companhia aérea ultrapassam R$ 878,1 milhões. Segundo a Previdência, o pedido de penhora do faturamento foi feito porque todos os bens conhecidos da empresa -aviões e imóveis- já foram penhorados para pagamentos de débitos mais antigos.
No ano passado, quando o TRF havia penhorado 5% de seu faturamento, a Vasp informou que recorreria da decisão. Esta não é a primeira vez que a Justiça decreta a prisão de Canhedo. No final de outubro de 2001, a Justiça boliviana expediu mandado de prisão contra Canhedo e seu filho Ulisses. Os dois eram acusados do crime de estelionato naquele país.
Crise financeira A Vasp acumulou nos primeiros nove meses de 2003 um prejuízo de R$ 28,973 milhões. O desempenho total da companhia ainda não foi divulgado.
No ano passado, a Vasp foi ultrapassada pela Gol -fundada em 2001-, caindo para o quarto lugar no ranking de transporte de passageiros no mercado doméstico.
