Porto Alegre – Os deputados estaduais Kahlil Sehbe (PDT-RS) e Paulo Brum (PSDB-RS) serão indiciados por peculato, formação de quadrilha e uso de documentos falsos no inquérito que investiga a fraude que desviou R$ 3 milhões da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul para a compra irregular de selos. O anúncio foi feito hoje pelo superintendente regional da Polícia Federal (PF), Ildo Gasparetto, depois dos depoimentos prestados por Sehbe e Brum.
A PF sustenta que eles se aproveitaram do esquema operado pelo ex-diretor-administrativo da Assembléia Legislativa, Ubirajara Macalão, acusado de adulterar notas fiscais para fazer a Casa pagar selos que eram desviados para terceiros. Tanto Sehbe quanto Brum admitiram que compraram R$ 11 mil em selos da MR Entregas, franqueada dos Correios, por indicação de Macalão, durante a campanha eleitoral de 2006. Mas alegaram que não sabiam que os selos chegavam ao fornecedor por meios ilícitos e se disseram enganados por ele.
Segundo o superintendente da Polícia Federal Ildo Gasparetto, a PF já solicitou ao Congresso Nacional documentos que comprovem a versão do deputado Nelson Härter (PMDB), que foi ouvido semana passada e disse que os selos utilizados em sua campanha eram provenientes do período em que exerceu mandato de deputado federal. Conforme o superintentendente, se a versão de Härter não for comprovada, ele também poderá ser indiciado.
Elder Ogliari e Adriano Barcelos