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Polícia Federal comprova corrupção unificada nos tribunais de contas de MG e Rio

A Polícia Federal conseguiu reunir um arsenal de documentos que comprova que os tribunais de contas de Minas Gerais e do Rio abrigavam um esquema unificado de corrupção.

A Polícia Federal conseguiu reunir um arsenal de documentos que comprova que os tribunais de contas de Minas Gerais e do Rio abrigavam um esquema unificado de corrupção. A papelada indica que os conselheiros de Minas chegaram a elaborar com os seus colegas do Rio uma mesma tabela de propina para aprovar as contas de cerca de 300 prefeituras dos dois estados.

Apreendidos no ano passado durante a Operação Pasárgada, os papéis (que incluem a cópia da transcrição de e-mails e planilhas da contabilidade da organização) serviram como base para a PF indiciar três conselheiros dos tribunais de Contas de Minas: Elmo Braz, Wanderley Ávila e Antônio Andrada, e dois do Rio Janeiro: José Graciosa e José Nader. Além deles, foram indiciados ainda dezenas de prefeitos, lobistas e outros funcionários dos tribunais dos dois estados. Para a PF e o Ministério Público Federal, os documentos indicam que os funcionários de Minas e do Rio chegaram a criar um caixa único com o dinheiro arrecadado com a corrupção. Toda grana era arrecadada e distribuída pelo Grupo SIM, empresa mineira que funcionava como elo de ligação entre os funcionários tribunais de contas e as prefeituras.

A tese da PF é reforçada, entre outros documentos, por um e-mail enviado pelo ex-secretário de Planejamento da Prefeitura de Carapebus (RJ), Álvaro Lopes, ao diretor do Grupo SIM – Instituto de Gestão Fiscal, Sinval Andrade, em 20 de dezembro de 2002. Na correspondência eletrônica, Lopes, um dos indiciados pela PF durante a Operação Parságada, diz que os conselheiros mineiros discutiram uma verba de propina paga pela prefeitura do município aos funcionários dos tribunais. “A única coisa solicitada é que o sigilo do procedimento seja resguardado, ainda mais dos clientes do RJ e MG. Os cons (conselheiros) de MG têm permanente contato com os do RJ”, diz Álvaro no e-mail.

Lopes detalha no e-mail como a Prefeitura de Carapebus pagaria R$ 130 mil de propina ao grupo de funcionários dos dois tribunais. Segundo Lopes, a grana seria dividida entre os cinco conselheiros dos dois estados, outros funcionários dos tribunais e intermediários. “O valor de R$ 130 mil terá a seguinte divisão: R$ 20 mil para os cinco conselheiros, R$ 20 mil para a divisão interna e R$ 10 mil para o intermediário”, diz o e-mail.

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