O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está desgastado e não tem condições políticas para fazer uma obra como essa da transposição do rio São Francisco. Quem faz essa avaliação é o presidente da Seccional de Sergipe da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SE), Henri Clay Andrade. Segundo ele, o projeto vai ficar emperrado, pois a obra é controversa.”Em 2006, um ano eleitoral, essa obra ficará apenas na idéia de quem a deseja, pois a sociedade não vai aceitar o encaminhamento dela”, disse.
Para o presidente da Ordem, a transposição, caso o governo decida encaminhá-la, será emperrada por uma série de ações que poderão ser encaminhadas à Justiça. “Se hoje há problemas com o Tribunal de Contas da União, embargo judicial etc., imagine o que pode ocorrer daqui para frente. A população nordestina já assimilou que esse projeto pode causar danos irreversíveis para o rio São Francisco”, comentou.
Segundo Henri Clay Andrade, há uma grande preocupação da sociedade com essa obra. “Inicialmente, o debate acontecia somente no Nordeste, mas apenas nos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Depois ganhou uma maior amplitude, quando conseguiu envolver nas discussões o Rio Grande do Norte, a Paraíba e o Ceará. Nos últimos meses, a transposição tornou-se tema nacional e as pessoas mais conscientes estão preocupadas com o que pode acontecer. Isso dá fôlego a todos aqueles que lutam contra o projeto”, explicou.
Henri Clay afirmou ainda que é importante manter o processo de mobilização para que o governo não pegue ninguém de surpresa. “Ele sentindo que o povo esqueceu o projeto pode até tentar fazer com que a obra venha a ser colocada em prática”, afirmou. O presidente da entidade que defende os interesses dos advogados destacou Sergipe, Alagoas e Bahia como os Estados que mais lutaram para evitar a transposição.
