As principais etapas do processo de recuperação judicial da Varig, que termina em julho deste ano e levou à retomada do crescimento da VRG e à criação da Flex Linhas Aéreas, foram apresentadas nesta sexta-feira (dia 15 de fevereiro) em entrevista coletiva realizada no Tribunal de Justiça do Rio. “É muito importante que o final do processo seja cercado de toda a transparência que o acompanhou desde o início”, afirmou o presidente do TJRJ, desembargador José Carlos Schmidt Murta Ribeiro.
“A Lei de Recuperação de Empresas é uma das mais importantes do Direito brasileiro. As empresas passaram a ter uma conotação social, por isso é um dever do Judiciário preservar as que mostram que ainda podem ser recuperadas. O Judiciário se esforçou para recuperar a Varig pela sua importância social”, afirmou o 1º vice-presidente do TJ, desembargador Sylvio Capanema de Souza.
O juiz da 1ª Vara Empresarial do Rio responsável pelo processo de recuperação da Varig, Luiz Roberto Ayoub, apresentou um relatório mostrando a importância da manutenção da atividade empresarial da antiga Varig e do benefício social e econômico da sua recuperação. “A VRG tem atualmente 3.500 empregados e até o final deste ano deve chegar a 4.100 empregos diretos. No início do ano passado, esse número era de apenas dois mil. De abril de 2007 a 31 de janeiro de 2008 ela teve dois milhões, 365 mil passageiros e funcionou com 17 bases de operação, tendo gerado outras sete. Atualmente, atua com 36 aeronaves”, explicou o juiz. Nesta quinta-feira (dia 14 de fevereiro), Ayoub liberou 20% do valor depositado em juízo para o pagamento do primeiro rateio que será feito entre os credores habilitados.
Também foi demonstrada a importância da recuperação da empresa para o Governo: foram gerados em 2007 mais de 83 milhões em tributos e encargos sociais. Além disso, o governo recebeu cerca de 80 milhões de dólares decorrentes de operações internacionais da VRG até 31 de janeiro de 2008, contribuindo para a manutenção da balança comercial favorável. “Tanto para o país, em geral, como para os funcionários da antiga Varig, as soluções encontradas foram as melhores possíveis”, garantiu o juiz Luiz Roberto Ayoub