O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza refutou o relatório parcial da CPI dos Correios apresentado nesta quarta-feira e reiterou que os recursos repassados ao PT vieram de empréstimos bancários e não de operações com empresas públicas e privadas.
“Esses empréstimos bancários, feitos a pedido do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, Delúbio Soares, são a única fonte dos recursos financeiros repassados ao PT e aos representantes de partidos aliados, seguindo orientações do ex-tesoureiro”, afirma Valério em nota enviada por sua assessoria de imprensa.
Os empréstimos, no valor original de 55 milhões de reais, foram contraídos pelas empresas de Valério junto aos bancos Rural e BMG no período de fevereiro de 2003 a outubro de 2004, reiterou o empresário.
Ele lembra que na terça-feira recorreu à Justiça para cobrar esses empréstimos do PT, cujo valor alcança agora 100 milhões de reais.
Segundo Valério, os empréstimos estão registrados em documentos e foram confirmados por Delúbio.
O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), acusou Valério, no relatório parcial divulgado nesta quarta, de movimentar 2,6 bilhões de reais entre 1997 e 2005 e apontou empresas públicas, como Banco do Brasil e Correios, e privadas, como as telefônicas Brasil Telecom e Telemig, como depositantes em suas contas.
Serraglio também apontou notas falsas na contabilidade das agências de Valério, SMPB e DNA –acusação contestada pelo empresário.
“As notas são de conteúdo verdadeiro, sendo o fato econômico real: prestação de serviços de publicidade e propaganda pelas empresas; sua aceitação pelos clientes públicos e privados; o pagamento pelos clientes”, diz a nota.