Pinochet governou o Chile por 17 anos após um golpe de Estado em 1973. Agora ele deverá responder à primeira de uma série de acusações ligadas à Operação Colombo, na qual 119 membros de um grupo revolucionário armado desapareceram em meados dos anos 1970 e são dados como mortos.
Os cinco juízes da Suprema Corte de Santiago decidiram por três votos a dois rejeitar o argumento da defesa de que os problemas de saúde de Pinochet, entre eles uma leve demência causada por derrames freqüentes, o impedem de responder um processo criminal.
Ele será julgado em seis casos de pessoas desaparecidas durante sua ditadura. A Suprema Corte ainda considera uma apelação da defesa feita em separado, relativa a outros três casos de desaparecidos.
“A primeira apelação foi negada por três votos a dois. A segunda será julgada amanhã (terça-feira)”, afirmou o juiz Alberto Chaignau.
Nos últimos cinco anos, a Justiça chilena arquivou três casos contra Pinochet devido à sua saúde precária, mas alguns médicos de um novo grupo de especialistas chamados pela Justiça afirmaram que Pinochet exagera os sintomas.
O calvário legal de Pinochet vem se intensificando nos últimos meses, com a Justiça minando sua imunidade, caso por caso.
Pablo Rodriguez, que lidera a equipe de defesa de Pinochet, afirmou que o veredicto desta segunda-feira contradiz outros nos quais as provas contra ele foram consideradas insuficientes.
“De um lado se diz que ele é o responsável (pelos crimes) e de outro não há nenhuma prova dessa responsabilidade”, disse Rodriguez a uma rádio local.
Pinochet está em prisão domiciliar desde novembro, acusado de violar os direitos humanos.
Em novembro, ele foi acusado de fraudar os impostos e por outros crimes relacionados a 27 milhões de dólares escondidos em contas no exterior.
O regime de Pinochet é acusado de acobertar as mortes da Operação Colombo, plantando reportagens falsas dizendo que os membro do Movimento de Esquerda Revolucionário mataram uns aos outros devido a uma disputa interna.