O juiz Cassiano Ricardo Zorzi Rocha, do Tribunal do Júri de Pinheiros, decretou nesta terça-feira segredo de Justiça nas investigações sobre a morte do empresário Luiz Rugai, 40, e de sua mulher, Alessandra de Fátima, 33. O crime ocorreu na noite do último domingo, na casa das vítimas, em Perdizes, zona oeste de São Paulo.
A polícia suspeita que o casal sofresse algum tipo de golpe, como o desvio de dinheiro, ou algum tipo de extorsão (que incluiria ameaças). No entanto, as causas do crime ainda são investigadas pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
A Folha Online apurou que, na semana passada, Rugai conversou com o gerente de um banco onde tinha conta. Teria orientado o gerente a “desconfiar” de toda e qualquer grande movimentação financeira em sua conta. O nome do gerente ou do banco não foram revelados à reportagem.
Investigação
Desde domingo, policiais buscam pistas sobre as mortes na casa das vítimas, na rua Atibaia.
Alessandra foi morta na entrada principal da casa. A posição –com os pés em direção à área externa– sugere que a vítima tenha aberto a porta para o assassino, segundo a polícia.
O corpo de Rugai foi encontrado a três metros do da mulher, pouco antes da entrada do home theater. A porta de vidro que dá acesso à sala foi arrombada, o que pode indicar que Rugai tentou se proteger trancando-se nesta sala.
Produtora
Na casa de alto padrão, que tem três andares, funcionavam uma produtora e um estúdio de gravação de comerciais, de propriedade do casal. Na produtora, onde há um sistema de segurança instalado, não há sinais de invasão.
O último trabalho produzido, na semana passada, foi um comercial para uma rede de lojas de móveis. O casal também havia produzido a campanha do Zoológico para atrair visitantes, lançada no último dia 18.
Filhos
Segundo a polícia, cerca de 300 gramas de maconha foram encontrados no quarto que, até recentemente, pertenceu ao filho mais velho de Rugai. Parte da droga estava embalada em 20 “saquinhos”.
O rapaz, de 20 anos, e o irmão Leonardo, de 19, são filhos do primeiro casamento da vítima e, atualmente, moram com a mãe. A polícia afirma ainda que é pouco provável que haja relação entre a droga apreendida e o crime.
O filho de mais velho de Rugai decidiu morar com a mãe há uma semana, depois de discutir com o pai, segundo ele, “por causa de negócios”.
Segurança
A preocupação com a própria segurança começou na segunda-feira, quando o casal decidiu trocar todas as fechaduras da casa. No mesmo dia teriam comprado um kit completo de segurança, com câmeras de vídeo.
O kit foi entregue na última quinta-feira, mas não foi instalado. Embora um dos filhos do primeiro casamento de Rugai tenha declarado à polícia que a troca de fechaduras era um “procedimento de rotina”, pessoas próximas ao casal afirmam que desta vez a urgência em efetuar a troca era evidente.