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Justiça aperta cerco em torno de Ariel Sharon

A Justiça apertou hoje o cerco em torno do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, com o indiciamento de um empresário acusado de ter tentado subornar o então chanceler e um de seus filhos no final da década de 1990.

A Justiça apertou hoje o cerco em torno do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, com o indiciamento de um empresário acusado de ter tentado subornar o então chanceler e um de seus filhos no final da década de 1990.

Segundo a ata de acusação apresentada em um tribunal de Tel Aviv, o empresário David Appel é suspeito de ter proposto um suborno a Sharon por mediação de seu filho, Gilad Sharon, segundo fontes judiciais. Não diz, contudo, se Sharon o aceitou.

A ata assinala ainda que Appel também tentou subornar o atual número dois do governo israelense, Ehud Olmert, então prefeito de Jerusalém.

Nos dois casos, a Justiça estima que Appel tentava comprar apoios políticos para promover um gigantesco complexo turístico em uma ilha da Grécia, para o qual necessitava que as autoridades gregas lhe concedessem as permissões exigidas.

Como ministro de Relações Exteriores, Sharon poderia ter-lhe facilitado a tarefa. Appel utilizou Gilad Sharon para convencer seu pai a ajudá-lo, assinala a ata de acusação, acrescentando que Appel disse a Sharon que seu filho poderia “ganhar muito dinheiro” com o projeto imobiliário.

Escândalo

Conhecido como “o caso da ilha grega”, o escândalo remonta a 1998, quando Sharon dirigia a diplomacia israelense no governo de direita de Binyamin Netanyahu.

Em princípio, Appel propôs US$ 3 milhões, que seriam pagos a Gilad Sharon em troca de seu assessoramento, embora o filho do atual primeiro-ministro não tivesse nenhuma competência particular para esta função.

Esses US$ 3 milhões jamais chegaram a ser pagos. Entretanto, Appel voltou à carga pagando a Gilad Sharon US$ 100 mil líquidos de “salários” e uma “gratificação” de US$ 590 mil.

Por outra parte, sempre segundo a ata de acusação, o empresário também prometeu ajuda “logística” a Sharon para as eleições primárias das quais sairia o novo chefe do Likud, o grande partido da direita israelense.

Banquete

Paralelamente, Appel doou US$ 11.300 à campanha de Olmert, que também era candidato à direção do Likud, e o convenceu a organizar um banquete com o prefeito de Atenas, com o objetivo de favorecer seu projeto na ilha.

O advogado de Appel, Moshe Israel, afirmou na rádio que “todas as acusações carecem de fundamento e tudo terminará bem”.

Os colaboradores de Sharon citados pela rádio militar também expressaram sua confiança, assegurando que o primeiro-ministro não está ameaçado. No ano passado, Sharon rechaçou as acusações de corrupção lançadas contra ele e seus assessores, qualificando-as de “calúnias desprezíveis”, embora não tenha respondido às numerosas interrogações que pairam sobre o caso.

Dirigentes do Likud citados pela rádio estimaram, porém, que este caso pode desestabilizar Sharon e obrigá-lo a se demitir “antes do fim do ano”.

Empréstimo

Sharon está implicado em outro caso. Foi interrogado pela polícia no final de outubro em relação a um empréstimo de US$ 1,5 milhão que lhe concedeu o empresário sul-africano Cyril Kern, a quem considera “amigo pessoal”.

Este dinheiro foi supostamente utilizado para devolver contribuições ilegais, que alimentaram a campanha de Sharon durante as primárias do Likud em 1999.

Entre os possíveis sucessores de Sharon à frente do Likud, figuram atualmente Netanyahu (ministro de Finanças), Shaul Mofaz (Defesa) e Sylvan Shalom (Relações Exteriores).

Sharon foi confirmado em seu cargo de primeiro-ministro no começo de 2002, depois da contundente vitória do Likud nas eleições legislativas. As próximas eleições se realizarão em 2007.

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