O Instituto Médico-Legal de Belém divulgou nesta sexta-feira um laudo que diz que a juíza aposentada Ana Teresa Murrieta não tem qualquer sinal de insanidade mental. Ela é acusada de peculato por ter sacado mais de R$ 3 milhões que estavam depositados em processos judiciais. Ana Teresa é acusada também de falsidade ideológica e falsificação de documentos quando era juíza da 1ª Vara Cível de Belém.
A juíza aposentada responde a processo na Justiça comum, onde foi acusada pelo Ministério Público estadual de sacar dinheiro irregularmente de contas judiciais.
O advogado da acusada, Oswaldo Serrão, pediu exame de sanidade mental de Ana Murrieta, alegando que ela teria problemas mentais.
Em 1990, o comerciante José Cardoso Paes sofreu um acidente de carro e entrou na justiça contra a seguradora, que não queria indenizá-lo. Depois de dez anos, o comerciante ganhou a causa, mas quando foi buscar os R$ 107 mil a que teria direito, foi informado que a juíza já havia sacado o dinheiro.
– Foi ela que tirou, se apossou do dinheiro e até hoje não vi o dinheiro.
Segundo o Ministério Público, entre 1996 e 2000 a juíza Ana Teresa Murrieta fez mais de 200 saques, totalizando cerca de R$ 3 milhões. De acordo com funcionários do banco Banpará, era a própria juíza quem passava no caixa para sacar o dinheiro.
Em depoimento, a bancária Simone Giordano disse que atendeu a juíza várias vezes e que a magistrada fazia os saques na boca do caixa. A promotora do caso afirma que os saques eram feitos enquanto os processos tramitavam na Justiça.
– Entre o depósito e a sentença eram efetuados esses saques. Os valores, na realidade, iam sendo retirados e não tinha como determinar os saques, porque não existiam mais os valores – disse Sueli Cruz.
Em novembro, Ana Teresa Murrieta negou as acusações.
– Eu não tenho dinheiro de contas judiciais. Não estou fora de si e não fiz isso.