Um tribunal em Moscou decidiu nesta terça-feira que o empresário mais rico da Rússia, Mikhail Khodorkovsky, vai continuar preso por mais três meses.
Os advogados do ex-presidente da empresa petrolífera Yukos, acusado de fraude e sonegação de impostos, queriam a liberdade sob fiança do empresário, preso desde outubro.
Muitos russos acreditam que o caso de Khodorkovsky, que fez a sua fortuna durante um polêmico processo de privatizações nos anos 90, tem motivações políticas.
A decisão mais recente significa que Khodorkovsky – que vinha sendo apontado como potencial candidato à Presidência da Rússia – vai estar atrás das grades no dia das eleições, em março.
‘Humilhação pública’
A aparição de Khodorkovsky de algemas no primeiro dia do seu julgamento marcou a primeira vez que ele foi visto em público desde sua prisão.
Ele foi transportado para o tribunal em uma perua blindada, e representantes do governo afirmaram que ele ficou atrás de grades mesmo na corte.
O correspondente da BBC em Moscou, Stephen Dalziel, descreveu o tratamento dispensado ao empresário como “uma espécie de humilhação pública, com a intenção de puni-lo por ter desrespeitado a regra não-escrita de que negócios não devem se misturar com política”.
Antes da sua prisão, ele vinha financiando partidos políticos de oposição ao presidente Putin.