Casem Mazloum nega participação em esquema de corrupção
O juiz federal Casem Mazloum, afastado das funções no Tribunal Regional Federal sob acusação de participar de quadrilha que vende sentenças, descoberta pela Polícia Federal na Operação Anaconda, admitiu ontem, durante interrogatório, que cometeu “erro ético” e administrativo ao pedir ao agente federal César Herman Rodriguez a realização de grampo telefônico ilegal para ajudar um amigo.
“Meu cliente deixou bem claro desde o início que não compõe qualquer tipo de quadrilha, e realmente faltou uma certa ética. Mas crime não foi cometido em momento nenhum. Ele não deveria ter feito esse pedido (de grampo). Ele pediu que se fosse possível, que o atendesse, mas graças a Deus não foi possível atender”, disse o advogado de Mazloum, Adriano Salles Vanni.
Mazloum é acusado pelo Ministério Público Federal de fraude fiscal e interceptação telefônica ilegal, além de formação de quadrilha. Para o procuradora da República Ana Lúcia Amaral, que acompanhou o interrogatório, os acusados (Herman e Casem) teriam violado informações cobertas por sigilo para iniciar as interceptações telefônicas.
“Os próprios acusados encontraram extratos das contas telefônicas, identificando o nome e número do telefone da pessoa a ser interceptada.
E pelas declarações obtidas pela Polícia Federal, eles se serviram de senha de outros policiais para efetuar a interceptação”, disse Ana Lúcia. Hoje será interrogado novamente o agente federal César Herman Rodrigues.