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Juiz conta que foi pressionado para não mandar prender Daniel Dantas

BRASÍLIA - O juiz federal Fausto de Sanctis (foto), da 6ª Vara do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, especializada em crimes de lavagem de dinheiro, contou que foi pressionado para que voltasse atrás em sua decisão de decretar a prisão preventiva do banqueiro Daniel Dantas, que é investigado pela Operação Satiagraha da Polícia Federal. Em entrevista ao site da revista "Época", de Sanctis afirmou que o pedido veio da desembargadora Suzana Camargo, que transmitiu a ele que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, estaria irritado com o mandado de prisão.

BRASÍLIA – O juiz federal Fausto de Sanctis (foto), da 6ª Vara do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, especializada em crimes de lavagem de dinheiro, contou que foi pressionado para que voltasse atrás em sua decisão de decretar a prisão preventiva do banqueiro Daniel Dantas, que é investigado pela Operação Satiagraha da Polícia Federal. Em entrevista ao site da revista "Época", de Sanctis afirmou que o pedido veio da desembargadora Suzana Camargo, que transmitiu a ele que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, estaria irritado com o mandado de prisão.

A prisão preventiva de Dantas foi decretada após Gilmar Mendes libertar o empresário uma primeira vez, derrubando um mandado de prisão temporária expedido por de Sanctis. Após a segunda iniciativa do juiz federal, o presidente do STF libertou mais uma vez o banqueiro.

– Eu me surpreendi com o teor da conversa, já que a desembargadora começou o diálogo invocando sua condição de amiga pessoal do ministro Gilmar Mendes. Ela me disse que ele estava irado com a notícia de que eu teria decretado a prisão preventiva de Daniel Dantas e gostaria de confirmar essa decisão (…) Em seguida fui novamente surpreendido com o apelo da desembargadora para que eu voltasse atrás em minha decisão. Ela insistia que o ministro Gilmar Mendes estava irado – contou de Sanctis, acrescentando que três servidores presenciaram o encontro.

Fausto de Sanctis negou informações que teriam sido passadas por Suzana Camargo à Polícia Federal, dando conta de que o juiz federal conheceria o conteúdo de conversas gravas ilegalmente envolvendo Gilmar Mendes.

– Nunca soube da existência de grampo ilegal ou clandestino. Evidentemente, não determinei nenhuma interceptação telefônica ou telemática (de e-mail ou de dados digitais) do ministro Gilmar Mendes ou de seu gabinete, até porque não tenho tal competência. Também nunca recebi “informes” nesse sentido. As únicas interceptações telefônicas ou telemáticas por mim autorizadas tinham como alvo pessoas supostamente ligadas ao grupo Opportunity – afirmou o juiz. (O Globo)
 

A Justiça do Direito Online

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