Um juiz federal proibiu ontem o ensino do chamado projeto inteligente como uma alternativa à Teoria da Evolução, de Charles Darwin, alegando que a prática viola o veto constitucional ao ensino religioso em escolas públicas.
A decisão foi um banho de água fria para os cristãos conservadores americanos que vêm pressionando pelo ensino do criacionismo nas escolas.
“Nossa conclusão é que é inconstitucional ensinar o projeto inteligente como uma alternativa à evolução numa escola pública”, sustentou o juiz em sua sentença.
Uma escola do distrito de Dover, na Pensilvânia, estava sendo processada por um grupo de 11 pais de alunos sob o argumento de que o ensino do projeto inteligente era inconstitucional e anticientífico e, portanto, não tinha espaço em aulas de biologia.
O projeto inteligente defende a idéia de que alguns aspectos da natureza e da evolução seriam tão complexos que seriam obra de um criador e não apenas o resultado da aleatória seleção natural proposta por Darwin em sua teoria de 1859.
Os opositores argumentam que o projeto inteligente nada mais é do que uma versão ligeiramente modificada do criacionismo, segundo o qual o mundo foi criado por Deus, como descrito na Bíblia. Por isso, sustentam, seu ensino é inconstitucional.
Em outubro de 2004, a escola de Dover foi a primeira a incluir o projeto inteligente no currículo de ciência.