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Juiz ameaça denunciar autoridades; Procuradoria vai tomar depoimento

A procuradora da República em São Paulo Janice Ascari decidiu que será favorável à tomada de um depoimento do juiz João Carlos da Rocha Mattos fora dos autos da Operação Anaconda, possivelmente em um inquérito policial específico, se necessário.

A procuradora da República em São Paulo Janice Ascari decidiu que será favorável à tomada de um depoimento do juiz João Carlos da Rocha Mattos fora dos autos da Operação Anaconda, possivelmente em um inquérito policial específico, se necessário.

Por meio de duas cartas manuscritas enviadas ao superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Francisco Baltazar da Silva, o juiz afirmou estar disposto a fazer novas denúncias sobre irregularidades no Judiciário, no Ministério Público e na própria PF.

Rocha Mattos, juiz da 4ª Vara Criminal Federal paulista, está preso no prédio da PF sob acusação de integrar uma quadrilha. Numa das cartas, escrita no último dia 22, ele disse que pretende relatar “irregularidades graves e mesmo crimes, em tese, praticados por diversas autoridades”.

O juiz fez mais promessas: “(…) Os fatos e acontecimentos a serem relatados têm indícios em provas documentais, na maioria dos casos, existentes inclusive no sistema de computação da JF [Justiça Federal] e do TRF [Tribunal Regional Federal] da 3ª Região”.

Janice deverá formalizar hoje o interesse em ouvir o juiz: “Vamos ouvi-lo com toda a seriedade e respeito”. A relatora do caso no TRF, desembargadora Therezinha Cazerta, recebeu da PF as cartas e pediu uma opinião do Ministério Público Federal.

Dependendo do tipo de denúncia, deverá ser aberto novo inquérito. Janice informou que, em novembro, ouviu o magistrado acompanhada de promotores de Santo André. Na ocasião, ele disse ter denúncias a fazer. A procuradora respondeu na ocasião que bastava marcar dia e hora.

Quando ainda estava em liberdade, Rocha Mattos tentou ser recebido pela procuradora, sem agendar o encontro. Janice não o recebeu. Formalmente, para ser ouvido, bastam a autorização de Therezinha Cazerta e a definição de data pela Polícia Federal.

Janice acredita que os fatos que Rocha Mattos pretende formalizar como denúncia não têm a ver com a Operação Anaconda. Ele mesmo disse isso nas cartas.

O juiz também escreveu que não pretende barganhar seu depoimento por abrandamento da acusação nem quer ser incluído no programa de proteção a testemunhas do governo federal.

A segunda carta foi escrita em 24 último, dois dias depois da primeira. “(…) Os procuradores regionais da República, que igualmente acolhem denúncias anônimas, sabem muito bem da ocorrência de crimes de corrupção no seio do TRF da 3ª Região”, disse o juiz na carta. “Vamos deixar um Brasil melhor para nossos filhos”, escreveu Rocha Mattos.

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