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Inquérito sobre irregularidades em contratos mostra conversas telefônicas sobre licitações no Senado

A íntegra do inquérito da Polícia Federal sobre a Operação Mão-de-Obra reforça os indícios de que o primeiro-secretário do Senado, senador Efraim Morais (foto) (DEM-PB), e o diretor-geral, Agaciel Maia, sabiam do esquema para que as empresas Ipanema e Conservo ganhassem em 2006 os contratos milionários destinados a oferecer funcionários terceirizados na Casa. Esses serviços, que somam R$ 35 milhões, foram prorrogados sem licitação até 2009.

A íntegra do inquérito da Polícia Federal sobre a Operação Mão-de-Obra reforça os indícios de que o primeiro-secretário do Senado, senador Efraim Morais (foto) (DEM-PB), e o diretor-geral, Agaciel Maia, sabiam do esquema para que as empresas Ipanema e Conservo ganhassem em 2006 os contratos milionários destinados a oferecer funcionários terceirizados na Casa. Esses serviços, que somam R$ 35 milhões, foram prorrogados sem licitação até 2009.

O inteiro teor de diálogos telefônicos gravados pela PF mostra os empresários discutindo o resultado das concorrências no Senado, indicando que Agaciel tinha ciência de que havia um acerto para o resultado dessa disputa. Segundo a investigação policial, o diretor-geral não queria se “expor”, a não ser que alguém acima dele desse alguma ordem. É o que revela uma conversa entre José Araújo, dono da Ipanema, e Paulo Duarte, então gerente da empresa, em 27 de março de 2006. Um problema havia surgido entre os empresários e o intermediário, o lobista Eduardo Bonifácio Ferreira. O diretor-geral teria dito que esse impasse deveria ser resolvido fora do Senado. “Se o cara não quis botar claramente aquele negócio, é porque ele já tinha alguma coisa e o próprio Agaciel disse: ‘Eu, se for eu que assino, eu não vou fazer isso não. Vocês resolvem lá fora isso aí’”, disse Araújo a Duarte.

No mesmo diálogo, Duarte revela que Dimitrios Hadjinicolaou, diretor de compras do Senado, avisou que seria difícil dar certo a “subempreitada”, nome dado ao esquema para que, além de Ipanema e Conservo, a Brasília Informática também ganhasse uma licitação. “O Dimitrios tinha me adiantado que não sairia a subempreitada, que o Agaciel não ia se expor nisso, só se o homem (alguém acima, segundo a PF) mandasse fazer. Só que o homem também não quer se expor, então. Mas aí foi bom que o Eduardo chegou e deu um trava neles”, disse o gerente da Ipanema. No final, valeu o que Dimitrios teria dito: apenas Ipanema e Conservo venceram.

O inquérito da PF inclui Agaciel Maia entre os investigados. Mas ele ficou de fora da denúncia feita em março deste ano pelo Ministério Público Federal porque, segundo o procurador Pedro Antônio Machado, a apuração foi prejudicada em 2006 depois que a PF avisou o Senado com antecedência que a sala do diretor-geral seria vasculhada. Agaciel Maia alega que não tem qualquer relação com as irregularidades e diz que tem sido ouvido como testemunha, embora a polícia o cite como “envolvido”.

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