A comissão interna de sindicância da Procuradoria Geral do Município (PGM) descobriu que uma das formas usadas pelo ex-procurador José Luiz para não chamar a atenção sobre irregularidades nos processos de transferência de heranças era fazer acordos com credores que, supostamente, se revertiam em vantagens para a cidade de São Paulo. O caso foi revelado pelo DIÁRIO no dia 31 de julho.
José Luiz foi demitido em março pela Prefeitura por suspeita de desvio de bens de mortos sem herdeiros. Pela legislação, esses patrimônios devem ser incorporadas ao município. Funcionário da PGM, por meio de autorização judicial, José Luiz era o curador das heranças.
Na herança de Maria Júlia Chiaotero, a comissão de sindicância apontou que o ex-procurador quitou supostos débitos de três credores. Em um deles, o advogado Antônio Alberto dos Santos Filho — que a PGM constatou posteriormente não existir — pleiteava crédito no valor de R$ 55.240,56, em favor de Edna Bezerra de Moura.
Como prova, foram apresentadas no processo 000.00.648.493-0 na 5ª Vara de Família, seis notas promissórias no valor de R$ 6.500. José Luiz, em ofício, sugeriu a impugnação parcial do crédito e pediu esclarecimentos após ter verificado que no verso de uma das notas promissórias de R$ 3.100 já teria sido quitado por Maria Júlia em vida.
