Um tribunal do Texas (EUA) suspendeu a execução de Charles Dean Hood, prevista para esta quarta-feira, porque a juíza e o promotor que instruíram o caso mantinham um relacionamento amoroso, informaram os advogados do réu.
A corte de apelações do Texas considerou “prudente reconsiderar” uma decisão tomada em 2007, segundo a ata emitida pela justiça. No entanto, a corte rejeitou a demanda de novo julgamento emitida pelos advogados de Charles Dean Hood, 39 anos, condenado à morte por um duplo homicídio em 1990.
Em depoimentos concedidos na noite desta segunda-feira (08) e na manhã desta terça-feira (09) ao juiz de outro tribunal, a juíza Verla Sue Holland e o promotor Thomas O’Connell “admitiram que mantiveram um relacionamento amoroso durante vários anos”, segundo os advogados de Hood, que enviaram na noite de ontem uma carta ao governador do Texas, Rick Perry.
Holland e O’Connell não quiseram confirmar o relacionamento no momento do processo, quando o caso veio à tona graças ao testemunho de um ex-colega do promotor, em junho passado.
“A relação íntima entre a juíza e o promotor começou vários anos antes do julgamento de Hood e, mesmo se eles divergem sobre a data em que o relacionamento terminou, não há dúvida de que a relação era sexual nos anos imediatamente anteriores ao momento em que Holland foi encarregada do caso”, escreveram os advogados.
Eles pediram ao governador Perry um sursis de 30 dias para lhes permitir “apresentar estas informações ao departamento das absolvições e à corte de apelações do Texas, para dar a estas instituições a possibilidade de corrigir esta profunda injustiça”.
Trinta e seis professores de ética jurídica e 22 magistrados e promotores apoiaram Hood e pediram a suspensão da execução e a realização de um novo processo.
