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Ex-presidente da Asmego se diz vítima de rombo

Em depoimentos prestados ao juiz Fábio Cristóvão de Campos Faria, da 9ª Vara Criminal de Goiânia, os juízes Wilson da Silva Dias e Carlos Magno Rocha da Silva, ex-presidente e ex-diretor financeiro da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego), se declararam vítimas do desvio de R$ 2,7 milhões dos cofres da associação.

Em depoimentos prestados ao juiz Fábio Cristóvão de Campos Faria, da 9ª Vara Criminal de Goiânia, os juízes Wilson da Silva Dias e Carlos Magno Rocha da Silva, ex-presidente e ex-diretor financeiro da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego), se declararam vítimas do desvio de R$ 2,7 milhões dos cofres da associação. Arrolados como testemunhas da acusação na ação penal que apura o furto, foram ouvidos na condição de declarantes e garantiram que desconheciam, na época, o esquema que propiciou o desvio e negaram ter saído com o acusado Rodrigo Prado de Oliveira para festas e boates cujos gastos teriam sido pagos pelo réu com dinheiro d Asmego.

Na época em que foi interrogado, Rodrigo afirmou, sem citar nomes, que muitos juízes de Goiânia e do interior saíram em sua companhia para “noitadas” pagas por ele e afirmou acreditar que eles sabiam que o dinheiro era proveniente de desvios da Asmego vez que seu vencimento era de apenas R$ 2 mil. Embora admitindo ter saído algumas vezes com Rodrigo, em quem tinha “total confiança”, Wilson da Silva disse que sempre pagou suas próprias despesas. Já Carlos Magno assegurou jamais ter saído na companhia do acusado para qualquer evento.

Token

“Quando assumi a presidência, Rodrigo não me mostrou o Token. Eu não sabia que isso existia”, comentou Wilson, dizendo que só tomou conhecimento do aparelho após o desfalque. “Ao assumir a Asmego, fui informado de que Rodrigo já atuava na parte financeira”, explicou. O ex-presidente da associação admitiu que não estranhava o fato de Rodrigo dirigir carros novos porque sabia que a família dele era de classe média.

Também Carlos Magno disse que não foi informado da existência do Token. “Já fui bancário e desconhecia essa nova tecnologia”, comentou o juiz, que negou, ainda, ter visto qualquer carro pertencente a Rodrigo no estacionamento da Asmego. “Eu ia muito pouco lá”. O ex-diretor financeiro disse que quando assumiu o cargo na associação, foi requisitado à gestão anterior que fizesse a remessa de todos os contratos financeiros e, na relação recebida, não foi feita menção do contrato do Token.

A gerente comercial do Banco Itaú, Ediana de Fátima Freitas de Menezes, por sua vez, explicou o funcionamento do Token afirmando que o contrato para sua aquisição foi feito com o Itaú em 2004. “Se não me engano, assinaram os senhores Kisleu e Carlos França. Depois, Rodrigo foi nomeado usuário do Token”, salientou. Gerente de contas do mesmo banco, Irene Terezinha Mendonça Pinheiro afirmou ao juiz que conhecia Rodrigo, que lhe foi apresentado como sendo a pessoa responsável pela movimentação da conta da Asmego. “Em certa ocasião liguei na associação para falar com o diretor financeiro sobre um problema na conta e quem me atendeu me informou que a pessoa responsável para tratar daquele assunto era Rodrigo”, relembrou.

Compras

Terceira testemunha a falar, o vendedor Ricardo Fabrício Azevedo da Silva – que chegou a ficar preso por oito dias sob suspeita de envolvimento no esquema – disse que “sem sombra de dúvidas” Rodrigo foi seu melhor cliente, pois transacionou pouco mais de R$ 400 mil com ele no intervalo de dois anos, em venda de carros bem equipados. “Eu não desconfiava de nada porque ele chegava lá com um carro da Asmego e motorista oficial”, comentou. Ricardo Fabrício disse que algumas vezes, após comprar um veículo, Rodrigo não podia buscá-lo, ocasião em que o levava até o estacionamento da Asmego, onde percebia que haviam outros veículos que vendera anteriormente ao acusado. Também inquirida, Gislaine Gomes Finotti admitiu que abri uma loja revendedora de veículos em sociedade com a mulher do acusado. Foram ouvidos ainda, mas não trouxeram novidades, José Rodrigues da Silva, Eduardo Lopes Ferreira e Jean Patrick da Silva.

Caso

São acusados do crime, além de Rodrigo, seu irmão Régis Prado de Oliveira e o gestor de agronegócios Marco Valério Caetano de Oliveira. Segundo o Ministério Público (MP) os dois primeiros se encarregaram de promover o furto enquanto o terceiro, de receptar veículos adquiridos com o dinheiro furtado da instituição. Rodrigo ocupava o cargo de tesoureiro da Asmego e gozava de grande confiança da associação, possuindo as senhas das contas da administração e investimentos fornecidas pela diretoria, bem como o aparelho Token, que lhe permitia acessar e movimentar, com segurança, todas as contas pelo sistema via internet-bankline. Com isso, entre março de 2006 até maio deste ano, passou a fazer transferências ilícitas das contas da Asmego para contas-correntes de terceiros.

Para falsificar os extratos reais das contas sem chamar a atenção da diretoria da entidade, Rodrigo acessava o site do banco onde as contas eram movimentadas, digitava a senha e visualizava o extrato da conta-corrente desejada. Em seguida, selecionava todo o extrato, copiando-o, e colava-o no programa Microsoft Word, apagando os registros nos quais apareciam as transferências ilícitas. Na seqüência, fazia a atualização do saldo, já com todas as alterações, e imprimia o extrato, enviando-o ao contador da instituição, José Rodrigues da Silva, para que fosse elaborado o balancete mensal que era enviado à diretoria.

Segundo a promotoria, no decorrer de mais de um ano, Rodrigo adquiriu, desta forma, um grande patrimônio consistente em bens móveis – como veículos de luxo e lanchas – e imóveis, como casas, flats e sobrados. Além disso, gastava grandes somas de dinheiro em casas noturnas na companhia de amigos.

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