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Dossiê pode comprovar doações por fora da Camargo Corrêa

Na residência de Pietro Francesco Giavina Bianchi, executivo da Camargo Corrêa, a Operação Castelo de Areia encontrou dossiê que pode comprovar esquema de doações eleitorais "por fora". São 142 folhas de papel sulfite, 54 delas.

Na residência de Pietro Francesco Giavina Bianchi, executivo da Camargo Corrêa, a Operação Castelo de Areia encontrou dossiê que pode comprovar esquema de doações eleitorais “por fora”. São 142 folhas de papel sulfite, 54 delas “contendo impressões de tabelas e planilhas com nomes de instituições, obras, partidos políticos e deputados, relacionados a valores respectivos em dólares e reais”. A informação consta de relatório secreto de buscas da Polícia Federal.
No dia 25 de março, quando a operação foi deflagrada por ordem judicial, os federais sitiaram a empreiteira e vasculharam todos os gabinetes, mesas e armários da diretoria. O arrastão da PF teve início às 6 horas e incluiu os endereços domiciliares de quatro executivos – Fernando Dias Gomes, Dárcio Brunato, Raggi Badra Neto e Pietro Bianchi. Todos foram capturados pela Castelo de Areia, mas três dias depois ganharam a liberdade por decisão do Tribunal Regional Federal.
A delegada da PF Karina Murakami Souza relacionou e lacrou todos os itens recolhidos na casa de Bianchi, apontado como um dos integrantes de suposta organização criminosa para lavagem de dinheiro, evasão de divisas e crimes financeiros.
”São ilações”, reage Mariz

O advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira, que defende a cúpula da Camargo Corrêa, afasta com veemência acusações de envolvimento dos executivos da empreiteira em crimes financeiros e doações eleitorais ilegais.
Criminalista com quase 50 anos de batalhas nos tribunais, Mariz traça estratégia com a qual pretende rebater uma a uma as suspeitas que recaem sobre os dirigentes da Camargo Corrêa. Ele assevera que tais suspeitas “não passam de ilações sem o menor fundamento, desprovidas de comprovação probatória”.
O advogado não teve acesso aos documentos apreendidos. “Não sabemos o que foi arrecadado. Estamos fazendo levantamento para nos manifestar.”
Mariz e sua equipe esmiúçam todas as conversas grampeadas pela Polícia Federal em que interlocutores falam em doações de campanha – doações “por dentro” e “por fora”, segundo interceptação. Sobre o relatório da PF que cita documentos apreendidos na residência de Pietro Bianchi, o advogado disse: “Não tomei conhecimento ainda.”
Empreiteiras fazem pontes com a política para garantir obras
As maiores empresas de construção do Brasil doaram pelo menos R$ 102,5 milhões nas duas últimas eleições para candidatos e comitês financeiros de campanhas. Levantamento feito pelo Estado, com as doações oficiais registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelas principais empreiteiras do País, mostra o repasse de aproximadamente R$ 56,3 milhões nas eleições de 2006 e outros R$ 46,2 milhões nas de 2008.
No caso da eleição passada, esses valores ainda vão aumentar porque os partidos têm até o dia 30 deste mês para registrar todas as doações recebidas. O volume de recursos destinados por essas empresas e suas coligadas deixa clara a influência do setor sobre os políticos. Perdem apenas para os bancos em termos de quantidade de repasses feitos para as campanhas.

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