O reitor do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, padre Carlos da Silva, disse ontem que a direção da basílica estuda entrar na Justiça para tentar impedir a implementação do “selo turístico” na cidade.
Na opinião de Silva, a taxa que a prefeitura pretende cobrar de ônibus, microônibus e vans irá encarecer o preço das viagens até Aparecida, custo que será repassado aos romeiros.
“A taxa vai punir justamente os fiéis mais pobres, que usam transporte coletivo para visitar a basílica de Aparecida. Estamos do lado dos romeiros, principalmente os mais pobres e, por isso, discordamos da taxa, que nos parece inconstitucional.”
O padre também chamou de “absurda” a determinação que obriga os estacionamentos a exigir os selos nos veículos que receberem. De acordo com ele, a basílica não irá atuar como “fiscal da prefeitura” e, caso haja a cobrança da tarifa, o santuário irá fechar o seu estacionamento, com capacidade para 2.500 ônibus e 4.000 carros, para não sofrer as multas previstas.
O estacionamento da basílica cobra R$ 28 por ônibus, R$ 10 por vans e R$ 7 por carros.
Para o padre, os romeiros já contribuem com o município, por meio das compras feitas no comércio, que depois se revertem em impostos pagos à prefeitura. “A cidade só existe por causa de Nossa Senhora Aparecida e da basílica”, disse.
“Se de fato a cobrança da taxa passar a vigorar, esperamos então que os romeiros enfim comecem a ser beneficiados, coisa que até hoje não acontece. Toda a estrutura para recebê-los é oferecida pelo santuário, sem qualquer ajuda da municipalidade.”