A Defensoria Pública do Estado do Rio começou ontem a trabalhar, em esquema de mutirão, para identificar a situação dos 1.108 presos que lotam a carceragem da Polinter na Praça Mauá.
Do início da manhã até a tarde, os defensores Leonardo Rosa, Alexandre Paranhos e Carla Amaral, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, e Américo Grillo, da Assessoria Criminal do órgão, entrevistaram, com a ajuda de 20 estagiários, 597 presos da unidade.
Segundo o levantamento preliminar do atendimento (que considerou apenas as informações prestadas pelos presos), existiriam 222 casos de pessoas já condenadas, mas que continuam na Polinter em vez de serem transferidas para presídios.
Os outros 375 presos entrevistados ontem ainda não foram sentenciados e estão aguardando a tramitação do processo em que são réus. A intenção dos defensores era continuar as entrevistas hoje, mas eles mudaram de idéia: decidiram começar a analisar, junto às varas criminais, os processos dos 222 presos que afirmaram já terem sido condenados.
A intenção dos defensores públicos — que vão ver a situação dos processos pela internet — é tentar agilizar a transferência dos presos. Depois que os 222 condenados começarem a ser levados para presídios, os defensores vão entrevistar os demais presos da Polinter.
Um dos presos tem problemas mentais
Hoje, a Defensoria Pública vai tentar agilizar a transferência de um ex-policial, que está preso na Polinter e tem problemas mentais, para um hospital penitenciário.
Os defensores encontraram com ele várias caixas de remédios de uso controlado e ficaram impressionados, porque o preso aparentava confusão mental e só conseguia dizer o próprio nome.
Segundo a assessoria de comunicação da Defensoria Pública, muitos presos entrevistados ontem não sabiam dizer os nomes dos pais, nem a data de nascimento.