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Dançarinas de aluguel processam boate em NY

A casa mais movimentada é a 'Flamingo Night Club', onde, por trás do enorme segurança, dançarinas de aluguel mostram suas habilidades na pista até às quatro da manhã, vestindo roupas que celebram noites promocionais como Minissaia, Pijamas e Uniformes.

A casa mais movimentada é a ‘Flamingo Night Club’, onde, por trás do enorme segurança, dançarinas de aluguel mostram suas habilidades na pista até às quatro da manhã, vestindo roupas que celebram noites promocionais como Minissaia, Pijamas e Uniformes. Na noite do Biquíni, às quartas-feiras, a casa fica lotada de homens que abraçam as dançarinas à meia-luz, ao som de reggaeton.

Para eles – trabalhadores de obra, serventes, atendentes de supermercado – o Flamingo pode ser a solução para a solidão que sentem, uma oportunidade para tocar peles suaves, mas para muitas das dançarinas a boate é um mundo bizarro cheio de regras incomuns. Algumas ex-dançarinas da casa planejam entrar com uma ação estadual contra o clube nesta quinta-feira, alegando que foram repetidamente roubadas em seus salários.

Em entrevistas em espanhol as antigas funcionárias da casa afirmam que os proprietários cobravam multas de US$60 ou US$70 por um dia de trabalho perdido. Outras dizem que pagavam diariamente uma taxa de US$11 para entrar na boate e US$10 adicionais por atrasos.

Elas dizem que muitas vezes, depois de dançar das quatro da tarde às quatro da manhã, tiveram que participar de reuniões até às seis nas quais os proprietários chamavam as mulheres de ‘putas’, ‘feias’ e ‘gordas’. Mas a reclamação mais séria das dançarinas é que a boate não paga seus salários.

“Eu nunca recebi nenhum salário”, disse Patricia Gonzales, imigrante da República Dominicana que deixou de dançar na casa em Junho do ano passado. “Em três anos eu devo ter pago milhares de dólares em multas e taxas de admissão. Que tipo de emprego é esse onde você precisa pagar para trabalhar?”

A ação levanta uma curiosa questão judicial: se as dançarinas de aluguel são funcionárias, que deveriam receber as horas que trabalhavam, ou contratadas independentes que, segundo os donos do Flamingo, alugavam o espaço para gerar verba.

Segundo os proprietários, eles não tinham obrigação em pagar salários uma vez que as dançarinas são autônomas que ganham a vida com os US$2 que cobram pelas danças.

“Elas pagam para alugar o espaço para que possam ganhar seu próprio dinheiro”, afirmou Peter Rubin, advogado da boate. “Elas podem ficar com todo o dinheiro que ganham nas danças. Não precisam ceder nada à casa”. A boate lucra ao cobrar dos homens US$5 para entrar e US$7 por uma bebida.

Rubin afirma que os donos da casa, Edith D’Angelo e Luiz Alberto Ruiz, que se recusaram a dar entrevista, negam ter multado as dançarinas. Rubin sugere que as mulheres vêem a possibilidade de ganhos na corte, por isso se uniram e coordenaram suas histórias com a ajuda de um grupo de defesa dos imigrantes Make the Road New York.

“As mulheres têm direito de ir e vir como quiserem”, disse Rubin. “Elas não precisam alugar o espaço no clube se não quiserem”.

Amy Carroll, advogada do Make the Road, afirma que é ridículo que o Flamingo sugira que as dançarinas são autônomas.

“Parece que o Flamingo quer o pior de ambos os mundos”, disse. “Eles não pagam nada a seus funcionários e controlam cada aspecto de suas vidas profissionais. Dizem que dias devem trabalhar, a que hora, o que vestir, que maquiagem usar. Eles exigem até que elas assinem uma ficha para ir ao banheiro. Esse tipo de controle faz com que elas sejam funcionárias e não autônomas”.

Caso as dançarinas ganhem o caso as muitas boates de dança da cidade, versões modernas das casas da era da Depressão onde se pagava 10 centavos de dólar por uma dança, serão afetadas. Muitas das dançarinas atuais, como seus clientes, são imigrantes ilegais que ganham seu dinheiro por fora.

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