Na noite de terça-feira, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) encerrava um discurso contra a impunidade quando, no plenário, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), brincou com a companheira Lúcia Vânia (PSDB-GO): “Vai lá na reunião dos honestos?” Guerra falava do primeiro encontro de trabalho do Movimento pela Transparência (MPT), fundado por deputados e senadores de partidos governistas e oposicionistas.
Vitaminado pelas urnas e esbanjando força partidária, política e eleitoral, o PMDB precisou de apenas 12 dias para transitar do paraíso ao inferno. No auge da glória e do regozijo com a conquista do poder na Câmara e no Senado, em 2 de fevereiro, o PMDB vestia o figurino de noiva cobiçada pelo governo e pela oposição. Depois da entrevista do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) à revista Veja, dizendo que boa parte da legenda “quer mesmo é corrupção”, e da frustrada operação para tomar o comando do fundo de pensão Real Grandeza, o PMDB reforçou a marca fisiológica e passou de noiva a Geni – a prostituta da música de Chico Buarque, “feita para apanhar”.