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Advogados de condenados na Operação Anaconda criticam decisão

Três advogados dos condenados pelo TRF da 3ª Região (Tribunal Regional Federal de São Paulo) por formação de quadrilha em razão das investigações da PF na Operação Anaconda criticaram a decisão da Justiça e afirmaram que irão recorrer. Após quatro dias de julgamento, o tribunal condenou nesta sexta-feira de manhã 10 dos 11 réus no caso.

Três advogados dos condenados pelo TRF da 3ª Região (Tribunal Regional Federal de São Paulo) por formação de quadrilha em razão das investigações da PF na Operação Anaconda criticaram a decisão da Justiça e afirmaram que irão recorrer. Após quatro dias de julgamento, o tribunal condenou nesta sexta-feira de manhã 10 dos 11 réus no caso.

De acordo com Paulo Esteves, advogado da ex-mulher do juiz Rocha Mattos, Norma Cunha –condenada a 2 anos e 6 meses–, a decisão foi ambígua. “Aquilo que eles acharam que foi a prova da culpa –uma análise de conversas telefônicas– foi, na verdade, a prova da inocência.” Na conversa à qual ele se refere, Norma pergunta, pelo telefone, aos outros envolvidos, quais eram suas funções. “Pela entonação na voz e pela ironia com que ela fala, o que eles [juízes] entenderam como sendo claro para condená-la eu entendo como sendo claro para absolvê-la.”

Para Ivan Santos do Carmo, que advogou para o agente da PF César Herman Rodriguez –condenado a 3 anos– o acórdão proferido nesta sexta-feira pelo TRF teve “inovação no direito”. “Existe uma tese razoável por parte dos julgadores, mas que leva em consideração indícios incompatíveis com a prática do direito. A relatora diz que os indícios de amizade entre os envolvidos indicam a presença de quadrilha”, afirmou.

Santos do Carmo critica ainda o fato de os juízes não terem escutado completamente um áudio no qual, segundo ele, continha provas que levariam à absolvição de seu cliente.

Mazloum

O advogado do juiz Casem Mazloum, Adriano Salles, afirmou que a decisão é injusta porque “há provas de que ele é inocente”. Mazloum recebeu pena de dois anos de reclusão, que foi imediatamente substituída por pena alternativa de dois anos de prestação de serviços à comunidade.

Além desses três, o TRF condenou o juiz federal João Carlos da Rocha Mattos a três anos de prisão. Também foram condenados o delegado afastado da Polícia Federal José Augusto Bellini (3 anos de prisão); o delegado aposentado da PF e advogado Jorge Luiz Bezerra da Silva (3 anos); os advogados Affonso Passarelli Filho (2 anos) e Carlos Alberto da Costa Silva (2 anos); e os empresários Wagner Rocha (2 anos e 3 meses) e Sérgio Chiamarelli Júnior (1 anos e 9 meses).

Rocha Mattos, que está preso há pouco mais de um ano, ainda deve ser julgado por supostos crimes de falsidade ideológica, corrupção passiva e peculato (apropriação de bem público por servidor). O único absolvido no caso foi o corregedor afastado da PF Dirceu Bertin.

Já Casem Mazloum também é acusado de falsidade ideológica e interceptação ilegal de telefone. Um terceiro juiz, Ali Mazloum, que conseguiu habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal) e escapou do julgamento encerrado nesta sexta-feira, deve ser julgado por ameaça e abuso de poder. A Operação Anaconda, realizada pela PF, investigou uma quadrilha que supostamente vendia sentenças para beneficiar criminosos em ações judiciais.

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