Ali, só se fala nisso…
Em Canela e Gramado, as duas acolhedoras cidades da Serra, desde a véspera do Carnaval muito se fala – embora aos sussurros – de um novo embate desenhado entre magistratura e advocacia gaúchas. Com base em escritos lançados em uma ação que tramitou na 2ª Vara Judicial do Foro de Canela (RS), a magistrada titular formulou representação criminal contra o autor da demanda cível e dois advogados militantes.
A requerente do procedimento penal é a juíza Simone Ribeiro Chalela.
Os requeridos são o empresário Jones Zaniratti de Oliveira (dono da Construtora Engemold) e seus advogados Adival Rossato (OAB/RS nº 24.418) e Carlos Vinicius Bevilacqua (OAB/RS nº 112.475).
Síntese da quizila: “Os três representados reiteraram o que já haviam dito, em várias oportunidades, no curso do processo, que a magistrada teria atuado com parcialidade em favor da parte requerida” (versão da magistrada).
A ação cível em tela tinha um imóvel residencial utilizado como moradia. E dele teriam sido retirados indevidamente – durante a tramitação do processo – diversos bens, causando um prejuízo estimado em R$ 150 mil. A controvérsia teve também desdobramentos na Corregedoria-Geral de Justiça – mas aí nada foi possível apurar.
O que diz a Radiocorredor de Canela
Ali, as vozes são, predominantemente, de sussurros advocatícios – até porque, regra geral, juízes não gostam de falar à imprensa.
Em Canela diz-se que, ante a representação da juíza Simone, o parecer do Ministério Público foi pela determinação de arquivamento. Mas o juiz de primeiro grau Vancarlo André Anacleto – a quem caberia mandar arquivar – avaliou o parecer do MP-RS como “precipitado, mais se parecendo com uma peça defensiva”.
Detalhe: o entendimento do Ministério foi o de que os advogados estavam albergados pela imunidade profissional.
Mas o juiz determinou o prosseguimento do procedimento penal. O prazo defensivo dos três réus ainda não está fluindo.
O que diz um dos advogados
Procurado pelo Espaço Vital, o advogado Adival Rossato respondeu prontamente, mas escusou-se de apresentar sua versão. Justificou não ter sido citado no procedimento penal, embora admitindo que, por informações de terceiros, tenha tido “conhecimento superficial sobre a demanda”.
Não houve êxito na tentativa de contato com o advogado Carlos Vinicius Bevilacqua.
Contato com a magistrada
O Espaço Vital fez contato, via e-mail, com a juíza Simone Chalela. Mas até o horário de fechamento desta edição, ela não respondeu ao oferecimento para que se manifestasse sobre a controvérsia.
Entrementes, em Canela e Gramado, em balbucias, muito se fala sobre “briga grande, na queixa-crime da juíza contra os advogados”. Novos lances devem ocorrer nos próximos dias.
FONTE: ESPACOVITAL
Foto: divulgação da Web