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Edir Macedo acusado de usar laranja e ocultar bens

Um diploma assinado por Jesus Cristo e uma chave do céu estão entre os

Um diploma assinado por Jesus Cristo e uma chave do céu estão entre os “prêmios” entregues a fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus explorados em sua fé.
Pastores chegavam a dizer que aqueles que amam Jesus deveriam pôr a chave de seus carros nas sacolinhas que circulam pelos tempos, de acordo com denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo, aceita segunda-feira pelo juiz da 9ª Vara Criminal da capital, Gláucio Roberto Brittes de Araújo.
Tornaram-se réus o bispo Edir Macedo, fundador e chefe da Universal, e mais nove membros da igreja.Macedo teria falsificado documentos para ocultar compra de emissoras
Uma das linhas de investigação do MP contra Edir Macedo, é a descoberta de que o grupo chefiado pelo bispo ocultaria bens e falsificaria documentos para a compra de emissoras de rádio e TV.
Num dos capítulos da denúncia, denominado “ocultação de bens pertencentes ao grupo criminoso”, os promotores apresentaram documentos que provariam uma série de negociações escusas na aquisição da TV Itajaí, em Santa Catarina, e na transferência de ações da rádio Record e das emissoras da TV Record em São Paulo, Franca e Rio Preto.
Um dos alvos do MP foi a negociação para a compra da TV Itajaí, afiliada da Rede Record. De acordo com as investigações, o bispo teria falsificado documentos para mudar a retransmissora de dono. Inicialmente adquirida por Marcelo Nascente Pires, a TV passou para o nome de um bispo de confiança de Macedo com uso de documento falso, segundo o MP.
As investigações encontraram casos como o de Maria Moreira de Pinho, obreira da Universal no bairro paulistano do Brás, que teria perdido R$ 30 mil. “Durante o período em que frequentou a Igreja Universal do Reino de Deus, a vítima ouviu pessoalmente dos pastores, inclusive do próprio Edir Macedo, a afirmação de que os fiéis deviam fazer ofertas além do próprio dízimo, pois somente assim seriam abençoados. Ela pôde presenciar fiéis sendo humilhados por pastores da Igreja, já que eram constrangidos a efetuarem doações substanciais como única forma de atingirem seus objetivos pessoais”, segundo a denúncia aceita pelo juiz.
Maria teria feito doações por quase dez anos à Universal, entregando 10% de seus ganhos mensais. Vendeu um imóvel e doou parte do dinheiro à Universal, acreditando que seria recompensada e que o dinheiro seria empregado em obras de caridade, o que nunca aconteceu. Ela entrou com ação na Justiça.
‘Peça, peça, peça! E quem quiser dar, dá’
De acordo com a denúncia, o bispo Edir Macedo, utilizando-se da Igreja Universal do Reino de Deus, criou com os demais denunciados um sistema de arrecadação de dinheiro junto aos fiéis baseado em falsas curas milagrosas e depoimentos forjados, dentre outras promessas de soluções para todos os males.
Em discurso gravado em vídeo em 1992, citado na denúncia, o chefe da Universal diz a pastores: “Você não pode nunca ter vergonha, não pode ter timidez… Peça, peça, peça! E quem quiser dar, dá, quem não quiser não dá. E se tiver alguém que não dê, tem um montão que vai dar”.
Outra condenação da Universal relacionada na denúncia envolve a restituição de um carro e o pagamento de indenização de R$ 10 mil a Gilmosa dos Santos, de Goiânia. Segundo o processo, depois da morte de seu marido, em 2005, a filha do casal entrou em depressão e passou a frequentar cultos da Universal. “Com o tempo, a moça começou a ser pressionada pelo pastor e fazer doações”, diz a denúncia.
“A promessa do religioso era de que as recompensas viriam em dobro. Edilene vendeu seus utensílios domésticos, móveis e até a cama onde dormia para dar dinheiro à igreja. A doação seguinte foi o carro da mãe, que assinou o documento achando que o automóvel seria vendido”, diz a denúncia aceita pela Justiça.
Na sentença, o juiz Jeová Sardinha de Moraes, de Goiânia, determinou que o carro fosse imediatamente restituído, além de fixar indenização de R$ 10 mil por danos morais.
 
‘Abençoador: Senhor Jesus Cristo’
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida”. A citação do livro de Malaquias é a mensagem impressa no “Diploma de Dizimista”, assinado por ninguém menos que Jesus Cristo. O certificado é um dos guardados do porteiro aposentado Edson Luiz de Melo, de 45 anos, ex-fiel da Igreja Universal do Reino de Deus em Belo Horizonte, no meio de uma sacola cheia de cajados, arcas, taças, óleos para banho de descarrego e uma infinidade de objetos de carga simbólica. Foram cinco anos de contribuição, que, nas palavras de familiares, o levaram à falência e à loucura.
De 1996 a 2001, Edson Luiz frequentou o templo da Universal no Centro de Belo Horizonte. Passava pelo local a caminho do trabalho e um dia, curioso, entrou para ver. Só saiu cinco anos depois, quando a mãe, a pensionista Dulce da Conceição Melo, de 65, resolveu interditá-lo na Justiça para que parasse de entregar tudo o que tinha no altar. E ajuizar ação cobrando restituição financeira e indenização pelos danos morais.
‘Abençoador: Senhor Jesus Cristo’
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida”. A citação do livro de Malaquias é a mensagem impressa no “Diploma de Dizimista”, assinado por ninguém menos que Jesus Cristo. O certificado é um dos guardados do porteiro aposentado Edson Luiz de Melo, de 45 anos, ex-fiel da Igreja Universal do Reino de Deus em Belo Horizonte, no meio de uma sacola cheia de cajados, arcas, taças, óleos para banho de descarrego e uma infinidade de objetos de carga simbólica. Foram cinco anos de contribuição, que, nas palavras de familiares, o levaram à falência e à loucura.
De 1996 a 2001, Edson Luiz frequentou o templo da Universal no Centro de Belo Horizonte. Passava pelo local a caminho do trabalho e um dia, curioso, entrou para ver. Só saiu cinco anos depois, quando a mãe, a pensionista Dulce da Conceição Melo, de 65, resolveu interditá-lo na Justiça para que parasse de entregar tudo o que tinha no altar. E ajuizar ação cobrando restituição financeira e indenização pelos danos morais.
Portador de sofrimento mental, o porteiro fazia doações de 15% do salário, além de ofertas. Segundo a família, também entregava vales-refeição e transporte. Até uma chácara foi vendida, por R$ 5.390, e o cheque teria sido levado aos pastores.
Advogado: Receita considerou legal
O advogado Arthur Lavigne foi procurado segunda e terça pelo GLOBO, mas não atendeu. No “Jornal Nacional”, da TV Globo, ele, que representa os dez réus ligados à Universal, disse nesta terça que inúmeros inquéritos contra Macedo já foram arquivados, inclusive no Supremo Tribunal Federal (STF).
– A origem disso tudo é 1992, quando foi adquirida, por alguns fiéis da Igreja Universal, a TV Record do Rio de Janeiro. Nessa época houve um empréstimo do exterior para que fosse feita a aquisição – disse, afirmando que a Receita considerou a movimentação financeira legal.
Executiva do grupo foi denunciada
Ré no processo por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro na 9ª Vara Criminal de São Paulo, Alba Maria Silva da Costa, de 57 anos, é diretora de finanças da TV Record e o braço direito de Edir Macedo na administração das empresas ligadas à Universal.
Ela é ex-sócia das empresas Unimetro e Cremo, que receberam R$ 71 milhões da Universal e seriam usadas em lavagem de dinheiro. Representa no Brasil a Investholding e a Cableinvest, off-shores em paraísos fiscais que, para o Ministério Público, fariam parte do esquema. É uma das seis pessoas que assumiram dívida de R$ 11,7 milhões resultante da compra da Record do Rio.
A compra gerou inquérito por lavagem de dinheiro, arquivado pelo Superior Tribunal de Justiça. No mesmo ano, Alba doou R$ 37 mil à campanha do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), ligado à Universal, para o governo do Rio de Janeiro. Procurada nesta terça em sua residência, não foi localizada.
Grupo tem frota aérea para transportar dinheiro
Como arrecada parte de sua receita anual de R$ 1,4 bilhão em dinheiro vivo, junto a oito milhões de fiéis que frequentam 4.500 templos espalhados por 1.500 cidades brasileiras, a Igreja Universal do Reino de Deus montou um bem estruturado esquema aéreo para transportar o dinheiro país afora e até para o exterior, segundo denúncia do Ministério Público Estadual aceita pela Justiça paulista.
Pelas investigações, a Igreja Universal preferencialmente movimenta seu dinheiro em espécie. Após a arrecadação em cultos e atos nos templos, o dinheiro é acondicionado em sacolas e transportado em aviões particulares, segundo a denúncia do MP.
A empresa Alliance Jet, com sede em Sorocaba, no interior de São Paulo, é o braço aéreo do esquema da Universal. Ela tem em sua frota jatinhos potentes que cruzam oceanos e com os quais Edir Macedo viaja aos Estados Unidos, onde mora.
Macedo viaja ao exterior em jato de US$ 45 milhões
Além do Citation e do Falcon 2000, a Alliance Jet tem um Global Express, que Edir Macedo usa em viagens internacionais. Produzido pela Bombardier, custa US$ 45 milhões e tem autonomia de 9 mil quilômetros sem reabastecer. O avião tem matrícula nos EUA e é usado por Macedo para viagens dos Estados Unidos para a Europa e também para o Brasil.
Um funcionário do Aeroporto de Sorocaba informou que o jatinho Global Express pousou em Sorocaba com Macedo no começo do ano. Segundo ele, até o ano passado, toda a correspondência para a empresa chegava em nome da Universal, e agora chega em nome da Alliance Jet.
O advogado Arthur Lavigne foi procurado segunda e terça pelo GLOBO, mas não atendeu. No “Jornal Nacional”, da TV Globo, ele, que representa os dez réus ligados à Universal, disse nesta terça que inúmeros inquéritos contra Macedo já foram arquivados, inclusive no Supremo Tribunal Federal (STF).
– A origem disso tudo é 1992, quando foi adquirida, por alguns fiéis da Igreja Universal, a TV Record do Rio de Janeiro. Nessa época houve um empréstimo do exterior para que fosse feita a aquisição – disse, afirmando que a Receita considerou a movimentação financeira legal.
Executiva do grupo foi denunciada
Ré no processo por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro na 9ª Vara Criminal de São Paulo, Alba Maria Silva da Costa, de 57 anos, é diretora de finanças da TV Record e o braço direito de Edir Macedo na administração das empresas ligadas à Universal.
Ela é ex-sócia das empresas Unimetro e Cremo, que receberam R$ 71 milhões da Universal e seriam usadas em lavagem de dinheiro. Representa no Brasil a Investholding e a Cableinvest, off-shores em paraísos fiscais que, para o Ministério Público, fariam parte do esquema. É uma das seis pessoas que assumiram dívida de R$ 11,7 milhões resultante da compra da Record do Rio.
A compra gerou inquérito por lavagem de dinheiro, arquivado pelo Superior Tribunal de Justiça. No mesmo ano, Alba doou R$ 37 mil à campanha do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), ligado à Universal, para o governo do Rio de Janeiro. Procurada nesta terça em sua residência, não foi localizada.Grupo tem frota aérea para transportar dinheiro
Como arrecada parte de sua receita anual de R$ 1,4 bilhão em dinheiro vivo, junto a oito milhões de fiéis que frequentam 4.500 templos espalhados por 1.500 cidades brasileiras, a Igreja Universal do Reino de Deus montou um bem estruturado esquema aéreo para transportar o dinheiro país afora e até para o exterior, segundo denúncia do Ministério Público Estadual aceita pela Justiça paulista.
Pelas investigações, a Igreja Universal preferencialmente movimenta seu dinheiro em espécie. Após a arrecadação em cultos e atos nos templos, o dinheiro é acondicionado em sacolas e transportado em aviões particulares, segundo a denúncia do MP.
A empresa Alliance Jet, com sede em Sorocaba, no interior de São Paulo, é o braço aéreo do esquema da Universal. Ela tem em sua frota jatinhos potentes que cruzam oceanos e com os quais Edir Macedo viaja aos Estados Unidos, onde mora.
Além do Citation e do Falcon 2000, a Alliance Jet tem um Global Express, que Edir Macedo usa em viagens internacionais. Produzido pela Bombardier, custa US$ 45 milhões e tem autonomia de 9 mil quilômetros sem reabastecer. O avião tem matrícula nos EUA e é usado por Macedo para viagens dos Estados Unidos para a Europa e também para o Brasil.
Um funcionário do Aeroporto de Sorocaba informou que o jatinho Global Express pousou em Sorocaba com Macedo no começo do ano. Segundo ele, até o ano passado, toda a correspondência para a empresa chegava em nome da Universal, e agora chega em nome da Alliance Jet. (Colaboraram Germano Oliveira, Fábio Fabrini, Ana Paula de Carvalho e Juraci Perboni)
As investigações encontraram casos como o de Maria Moreira de Pinho, obreira da Universal no bairro paulistano do Brás, que teria perdido R$ 30 mil. “Durante o período em que frequentou a Igreja Universal do Reino de Deus, a vítima ouviu pessoalmente dos pastores, inclusive do próprio Edir Macedo, a afirmação de que os fiéis deviam fazer ofertas além do próprio dízimo, pois somente assim seriam abençoados. Ela pôde presenciar fiéis sendo humilhados por pastores da Igreja, já que eram constrangidos a efetuarem doações substanciais como única forma de atingirem seus objetivos pessoais”, segundo a denúncia aceita pelo juiz.
Maria teria feito doações por quase dez anos à Universal, entregando 10% de seus ganhos mensais. Vendeu um imóvel e doou parte do dinheiro à Universal, acreditando que seria recompensada e que o dinheiro seria empregado em obras de caridade, o que nunca aconteceu. Ela entrou com ação na Justiça.
 

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