seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

Deputado é réu por desvio de passagem há 14 anos

Ministério Público acusa Moreira Mendes (PPS-RO), integrante do Conselho de Ética, de vender e não entregar bilhetes aéreos para a Assembléia Legislativa. Processo se arrasta há 14 anos. Parlamentar diz que documentos sumiram na Justiça.

O Ministério Público de Rondônia acusa o deputado federal Moreira Mendes (PPS-RO) de envolvimento em desvios de dinheiro público por meio de vendas irregulares de passagens aéreas à Assembléia Legislativa do estado. O processo tramita na primeira instância, desde 1995, na 2ª Vara da Fazenda Pública de Porto Velho (RO).
 
A denúncia por improbidade administrativa contra o deputado e mais quatro pessoas, incluindo sua ex-mulher, foi feita a partir das conclusões de uma CPI do Legislativo estadual, encerrada em 1994. Apesar de a denúncia ter sido feita há 14 anos, só a partir do último dia 23 de abril é que o processo ficou pronto para a sentença do juiz responsável pelo caso.
 
Segundo a ação civil pública dos promotores Miguel Mônico Beto e Rodney Pereira de Paula, a agência de viagens Tamatur, que pertenceu ao parlamentar, vendia passagens aéreas para a Assembléia e depois cancelava a emissão dos bilhetes.
 
“Constatou-se ainda que a mesma empresa realizava vendas fictícias de passagens aéreas à Assembléia, forjando faturas frias ou inexistentes ou fraudadas, algumas até com alterações dos valores, tudo com o objetivo de desfalcar o patrimônio público em benefício dos réus e de outras pessoas ainda não determinadas, tanto da própria empresa Tamatur, quanto de pessoas ligadas à Assembléia”, afirmam os promotores no texto da ação.
 
O Ministério do Público estadual aponta outra irregularidade: a empresa do deputado e de sua então mulher, Maria Helena Erise Mendes, não poderia ter sido contratada pela Assembleia porque os dois eram funcionários da própria Casa. A proibição desse tipo de contratação está prevista no artigo 9° da Lei de Licitações, a Lei 8.666/93. “A empresa Tamatur não apresentou certidão negativa do INSS e os seus sócios: Rubens Moreira Mendes e Maria Helena Erise Mendes eram funcionários da Assembléia Legislativa, o que os impedia de contratarem com a administração pública”, sustenta a ação.
 
Moreira Mendes confirma que na época era procurador da Assembléia Legislativa, mas nega que sua ex-mulher fosse funcionária da Casa naquele período. “Lembra daquela propaganda que tinha do Denorex? Parece, mas não é. Parece xampu, mas não é xampu. É o mesmo como meu processo, parece que é, mas não é”, afirma o deputado em entrevista ao [i]site.[/i]Em sua defesa, o deputado do PPS afirma que a acusação se arrasta na Justiça há uma década e meia porque não há provas contra ele. Ele diz ainda que os principais documentos reunidos na época foram extraviados na Justiça. “No processo não tem um documento original; é só fotocópias. Como é que você pode julgar a vida de uma pessoa dentro de um buraco desses com um monte de fotocópia e sem provas?”, questiona.
 
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Ministério Público de Rondônia informou que o promotor responsável pelo caso vai verificar nos próximos dias o que de fato aconteceu com o processo e se procede a informação do deputado de que documentos foram extraviados na Justiça.

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

Donos de égua terão que indenizar criança que levou coice no rosto
TRF1 mantém sentença que obriga Caixa a indenizar cliente por roubo de joias sob sua posse
Apreensão de CNH e passaporte só é autorizada se motivar satisfação da dívida trabalhista