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Operação Asafe: Advogado confirma que negociou liminar

Considerado pela PF elemento central no caso, Max Weyzer Mendonça Oliveira repetiu, em depoimento, mesma história relatada por Ivone de Siqueira

Em depoimento prestado à Polícia Federal, no dia 19 de maio, o advogado Max Weyzer Mendonça Oliveira dá detalhes sobre suposta negociação de sentença com emissários do juiz Círio Miotto, que teria custado R$ 50 mil. O mesmo caso também foi narrado no depoimento de Ivone Reis de Siqueira, citada no inquérito que tramita no STJ como uma das principais “lobistas” do esquema.
Figura central no caso, Max chegou a ser preso na Operação Asafe e foi solto devido ao vencimento do mandado de prisão. A oitiva revela seu comprometimento em “colaborar irrestritamente para o esclarecimento da verdade”. Apesar da citação, não foi confirmada a concessão do benefício da delação premiada.
Ele revelou que “já havia feito outras três negociações de habeas corpus com o grupo de Círio Miotto” e que, além de Ivone, o esquema teria a participação da esposa do desembargador aposentado José Tadeu Cury, Célia Cury.
O primeiro caso narrado pelo advogado diz respeito ao seu cliente Loris Dilda, acusado pela morte do próprio irmão. Ao ter conhecimento que Lóris estava foragido tendo uma prisão preventiva decretada, ele contou que procurou Ivone Reis, a “pessoa de seu relacionamento que tinha o contato no Tribunal”, que “ficou de informar o preço da decisão”. Em outro contato com Ivone, ele teve conhecimento que o preço da decisão seria de R$ 50 mil. “Então ficou acertado que Loris pagaria em dinheiro R$ 10 mil pelo serviço advocatício e outros R$ 50 mil em cheque pela decisão e, somente quando visse a decisão, converteria o cheque em dinheiro”, afirmou.
Conforme o inquérito, o HC foi protocolado e concedido por Miotto depois da negociação. Dessa forma, segundo Max, Lóris Dilda providenciou o pagamento do cheque e “foi se refugiar em Florianópolis”. Uma semana antes do julgamento de mérito do HC, o advogado disse à polícia que foi surpreendido por Ivone Reis que voltou a lhe procurar “informando que Círio Miotto queria mais R$ 50 mil para o julgamento favorável do mérito”. Na época, Miotto era juiz substituto no Tribunal de Justiça.
A cobrança, de acordo com o depoimento, gerou um imbróglio. “Lóris Dilda ficou bastante indignado, (…) veio até Cuiabá e foi falar diretamente com Ivone e propôs R$ 25 mil pela decisão”, disse Max, complementando que “o grupo do magistrado não aceitou” a contraproposta. Depois disso, o mérito foi julgado e Lóris teria perdido por dois votos a um. “Muito nervoso”, Lóris teria procurado Max Weyzer dizendo que “já havia matado um irmão e para matar um advogado não custava nada”.
O resultado da negociata foi que ele acabou acertando que devolveria a metade do valor a Dilda, já que “Ivone disse que Círio Miotto não devolveria o dinheiro”. No fim, Max diz ter devolvido R$ 18 mil.

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