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Agroecologia: agricultura positiva para nossa saúde e meio ambiente

Entenda o conceito capaz de reparar os danos causados pela monocultura

No Brasil, mais de 4 mil substâncias, tóxicas ou não, foram liberadas desde o ano 2000 para a agricultura, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Esse excesso de agrotóxicos, apesar de assegurar que plantações não sejam danificadas, pode afetar a saúde humana a longo prazo.

Essa liberação fez com que o consumidor passasse a buscar alternativas de alimentos saudáveis e orgânicos, sobretudo de pequenos produtores, entretanto, por vezes, a produção em menor escala pode gerar custos maiores tanto ao agricultor quanto ao cliente.

Sendo um conceito que prioriza o cultivo sustentável, a agroecologia envolve as esferas social, ambiental, energética, cultural e ética, além da própria agricultura familiar, que garante o sustento de uma parcela considerável da população rural.  A criação do termo antecede a Revolução Verde, ocorrida nos anos 1960 nos Estados Unidos e Europa, onde técnicas agrícolas foram desenvolvidas ampliando a produção. Na terra do Pau-Brasil, a agroecologia foi desenvolvida na primeira metade do século 20 e era ensinada nas escolas, mas sofreu um hiato após a reforma no ensino brasileiro, em 1964, com o acordo MEC-USAID. 

A agricultura foi fundamental para que civilizações antigas deixassem de ser nômades e passassem a ser fixas, fincando suas raízes, desenvolvendo cultura, comunicação e tantas outras habilidades fundamentais para a humanidade. Com o passar do tempo, a produção que servia inicialmente para a sobrevivência, tornou-se uma forma de gerar lucro. Com isso, o foco se voltou para monoculturas, ou seja, o cultivo de um único produto por território. 

Muitas empresas passaram a dominar o mercado, ampliando a capacidade de produção e fazendo a economia girar, sobretudo no Brasil, cuja importação ainda se pauta no meio rural. Esse plantio, entretanto, traz diversos problemas à biodiversidade, visto que para que essas monoculturas existam, é necessário espaço para plantar e esse espaço advém do desmatamento, que afeta diretamente fauna e flora, mexendo com todo o equilíbrio de diferentes ecossistemas e até com a qualidade daquilo que será produzido.

A agroecologia olha justamente para esse problema, pensando em formas menos agressivas para a produção, sem que demais espécies sejam prejudicadas, além do solo, lençóis freáticos e o próprio clima que passam a ser menos atacados. 

Esse olhar também leva em consideração o pequeno produtor que não possui outro meio de sustento senão o trabalho com a terra. Com incentivos à alimentação orgânica, agricultura familiar, economia de água, uso de energia e tecnologias limpas, é realizada uma remediação que se faz urgente para que se consiga ao menos amenizar o desequilíbrio que o mundo vem enfrentando.

Aumentando o investimento em agroecologia e incentivando o consumo de alimentos produzidos a partir de suas técnicas, o valor pago pelos clientes pode diminuir e, além de movimentar a economia local, a alimentação terá mais qualidade, garantindo a saúde e qualidade de vida da população.

Outro ponto a se considerar é a necessidade de pesquisas na área. O IPE (Instituto de Pesquisas Ecológicas) descobriu, por exemplo, que a plantação de café e outras culturas próximo a regiões florestadas com espécies da Mata Atlântica, no estado de São Paulo, garantiu uma qualidade superior do produto, devido à sombra produzida pela própria vegetação local, ou seja, independente de ser uma pequena horta ou uma plantação com centenas de hectares, é possível aplicar o que vem ensinar a agroecologia, a partir de estudos focados em sustentabilidade.

Além de ser possível é de extrema importância que se comece um processo de reflorestamento e diminuição das monoculturas, para que, mesmo a longo prazo, a humanidade consiga reverter todos os danos que vem causando ao planeta. O ser humano faz parte desse sistema e estando tudo interligado, ele também se torna alvo de suas próprias ações.

Em suma, a agroecologia beneficia a saúde, educação, economia e meio ambiente, além de iniciar um processo de preservação mais eficaz de recursos naturais que têm se esgotado, garantindo que haja um futuro para as próximas gerações. Vale ressaltar que ela não está apenas para agricultores, mas para o consumidor que vai a mercados e feiras em centros urbanos. A opção por alimentos que tenham sido produzidos com técnicas sustentáveis, incentiva o mercado aumentando a adesão por parte de mais produtores.

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