O presidente afastado da Parmalat Brasil, Ricardo Gonçalves, recebia um salário de R$ 150 mil por mês. Pelo menos é esta a informação que consta do despacho do juiz da 42ª Vara Cível de São Paulo, Carlos Henrique Abrão, que determinou a intervenção na empresa e o afastamento de todos os seus controladores, incluindo Gonçalves.
Em seu despacho, o juiz diz que Gonçalves e os demais diretores da Parmalat, que recebiam cerca de R$ 50 mil por mês, deveriam ter reduzido seus salários diante da crise financeira da empresa.
“No aspecto de otimização e ergonomia empresarial [diretores] deveriam tomar a iniciativa de baixar seus salários até que normalizassem a sobrevida da sociedade, afora o comprometimento brutal com avais e fianças, encerrando um passivo bancário de R$ 230 milhões”, diz o despacho.
Abrão também questiona as medidas tomadas pelos administradores brasileiros para tentar salvar a empresa. Entre elas está a criação de uma unidade de crise, formada para reestruturar a dívida da Parmalat Brasil –braço industrial– e Parmalat Participações.
A unidade de crise contratou os serviços da KPMG e Galeazzi Associados, que consumiam R$ 200 mil mensais “pagos pela empresa operacional” (Parmalat Brasil).