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TJSP condena juiz a 8 anos de prisão por propina

Gersino Donizete do Prado, da 7.- Vara Cível de São Bernardo, exigia dinheiro para não decretar falência 

Tribunal de Justiça de São Paulo condenou ontem a 8 anos e 4meses de prisão o juiz Gersino Donizete do Prado, acusado de crime de concussão (extor­são por funcionário público) por 177 vezes contra um empre­sário. Para não converter em falência uma recuperação judi­cial, segundo a acusação, Gersi­no exigiu dinheiro e presentes que somaram R$ 500 mil. Ele era titular da 7.a Vara Cível de São Bernardo do Campo. 

A sequência de extorsões arrastou-se entre 2008 e 2011, se­gundo a Procuradoria-Geral de Justiça. O juiz recebia pagamentos mensais de até R$ 20 mil. Exigiu da vítima gargantilha de ouro, relógios Rolex e Bvlgari. 

A joia, cravejada de esmeral­das, foi adquirida por R$ 11,5 mil. O próprio juiz foi à joalheria e escolheu a peça de seu gos­to. O Rolex custou R$ 20 mil. O Bvlgari saiu mais em conta para a vítima, R$ 12,9 mil. 

A condenação de Gersino, afastado há 3 anos, foi unâni­me pelo Órgão Especial do TJ. O relator foi o desembar­gador Xavier de Aquino. O juiz réu assistiu a seu próprio julgamento. Mesmo conde­nado ele saiu livre da Corte porque pode recorrer. 

A vítima é o empresário Jo­sé Roberto Rivello, da Fris Molducar – Frisos e Moldu­ras para Carros. Os pagamen­tos eram feitos em um hotel e em um café e na própria 7a Vara Cível. José Roberto diz que o juiz exigira até paga­mento de 13° salário da pro­pina, de R$ 20 mil. Também pegou três canetas Mont Blanc, notebook, mala Louis Vuitton, ternos Brooksfield, iPhone, xampus de cabelo a R$ 500 cada. 

O criminalista José Luís Oliveira Lima, que defende o juiz, disse que respeitaadeci- são do TJ, mas avalia que “to­das as provas produzidas na ação penal levavam ao decre­to absolutório”. Oliveira Li­ma aguarda a publicação do acórdão para recorrer. / FAUSTO MACEDO

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