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Sérvia abre julgamento histórico de criminosos de guerra

BELGRADO - Seis homens começaram a enfrentar nesta terça-feira um tribunal especial por acusações de participação no massacre de ao menos 192 prisioneiros de guerra em Vukovar, na Croácia, em 1991 - num julgamento histórico que testará a capacidade da Sérvia de fazer justiça a criminosos de guerra.

BELGRADO – Seis homens começaram a enfrentar nesta terça-feira um tribunal especial por acusações de participação no massacre de ao menos 192 prisioneiros de guerra em Vukovar, na Croácia, em 1991 – num julgamento histórico que testará a capacidade da Sérvia de fazer justiça a criminosos de guerra.

Enquanto as chamas do ultranacionalismo que fomentaram a cisão da Iugoslávia nos anos 90 ainda estavam quentes, o tribunal de guerra da ONU não queria confiar aos ex-inimigos Sérvia, Croácia e Bósnia a tarefa de julgar suspeitos de crimes de guerra – que poderiam ser vistos como heróis entre seus povos.

– Este é o primeiro julgamento do tipo na Iugoslávia por ser um caso que o tribunal de Haia entregou a cortes domésticas. Este é um teste para o judiciário local – disse o porta-voz da corte, Bruno Vekaric, antes do início do julgamento.

Oito anos se passaram desde o fim dos combates e Vekaric diz que os novos promotores da corte estão exercitando “o mais alto nível de profissionalismo sem influência política’. O tribunal, em seus indiciamentos mais recentes, focou naqueles tidos como instigadores do genocídio e da limpeza étnica nos Bálcas e naqueles no topo da cadeia de comando.

Tribunais locais em países envolvidos nas guerras dos anos 90 estão agora recebendo responsabilidade de julgar assassinos individuais, com ajuda de Haia. Três ex-oficiais do Exército iugoslávo, os chamados “Três de Vukovar”, já aguardam julgamento no tribunal da ONU em Haia por cumplicidade nos mesmo atos agora em julgamento em Belgrado.

A corte especial indiciou em dezembro oito homens como “membros da defesa territorial de Vukovar” por massacrar prisioneiros de guerra numa fazenda de Ovcara, perto da fronteira com a cidade croata de Vukovar. Um dos acusados morreu na segunda-feira, semanas após uma tentativa de suicídio, e outro tornou-se uma testemunha do Estado.

As vítimas croatas e não-sérvias, a maioria homens, foram levadas de um hospital e executadas depois de tropas iugoslavas terem capturado Vukovar, após uma longa e dura batalha, durante a guerra de independência da Croácia (1991 a 1995).

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