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Organizador de rave é indiciado por homicídio culposo

A polícia informou que o organizador da festa rave em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, o empresário Pedro Smith, será indiciado por homicídio culposo. Já os três amigos do jovem Lucas Francisco Amendola Maiorano, de 17 anos, que morreu depois de participar do evento, serão indiciados por corrupção de menor.

A polícia informou que o organizador da festa rave em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, o empresário Pedro Smith, será indiciado por homicídio culposo. Já os três amigos do jovem Lucas Francisco Amendola Maiorano, de 17 anos, que morreu depois de participar do evento, serão indiciados por corrupção de menor.

O empresário e os jovens prestaram depoimento na última quarta-feira (31) na 71ª DP. O advogado Mauro Tsé, que defende o empresário considera o indiciamento de Smith um equívoco. Segundo ele, a morte de Lucas foi uma fatalidade. Smith organiza eventos há dez anos.

“Meu cliente superou todas as formalidades para realizar o evento. A festa tinha três ambulâncias e toda a infraestrutura exigida pela Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Também havia seguranças para fiscalizar a entrada de menores. Se houve consumo ou venda de drogas na festa foram atitudes isoladas e ele desconhece”, disse o advogado, ressaltando que Smith deixou com o delegado a cópia de um documento no qual o Ministério Público o parabeniza por colaborar com denúncias sobre consumo de drogas nos eventos organizados por ele.

A festa Rave Tribe aconteceu no último sábado (28/10) no parque Happy Land. Na ocasião, o jovem Lucas Francesco Amendola Maiorano, de 17 anos, morreu após sair da festa com suspeita de uso de entorpecentes e abuso de bebida alcoólica. Outras 18 pessoas foram internadas.

Amigos não viram consumo de droga na rave

Amigos de Lucas, os universitários Alexandre José de Santana, de 24 anos, Beatriz Senne de Britto, de 22 anos, e seu irmão Guilherme Senne de Britto, de 18 anos, disseram em depoimento que não viram ninguém consumindo drogas na rave. Segundo o advogado dos jovens, Alfredo Gonçalves, Lucas era amigo de Guilherme. Os jovens disseram não saber que Lucas era menor.

O delegado da 71ª DP (Itaboraí), Antônio Ricardo, que investiga o caso, disse que os jovens negaram em depoimento que consumiram drogas. Eles, segundo Antônio Ricardo, se recusaram a fazer o exame toxicológico.

“Eles dizem que não viram ninguém consumindo drogas, ninguém passando mal na rave. Devem ter ido a uma oubra festa”, ironizou o delegado.

O advogado dos jovens disse ainda que o delegado não tem provas para indiciar os três. Disse que orientou seus clientes a não fazer o exame toxicológico porque, pelo código penal, ninguém pode ser obrigado a produzir provas contra si mesmo.

“O indiciamento desses jovens é uma arbitrariedade. O delegado está sendo precipitado. Eles eram amigos de Lucas e o procuraram até o final da festa. Não houve omissão de socorro, houve uma fatalidade. Até agora, ninguém sabe o que aconteceu com aquele rapaz”, disse Gonçalves.

Programa planejado

O advogado contou que os jovens planejaram ir à festa com cerca de duas semanas de antecedência. Compraram os ingressos e junto com outros cerca de 20 amigos, saíram da casa de Guilherme, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, por volta das 4h. Chegaram em Itaboraí às 5h.

“Eles permaneceram em grupo, juntos, durante todo o tempo e combinaram sair da festa às 13h de domingo. Num dado momento, Guilherme viu que o rapaz estava mais afastado conversando com duas meninas desconhecidas do grupo. Pouco antes da hora marcada para ir embora, ele viu o Lucas tomando uma chuveirada para se refrescar com as meninas. Logo depois, ele sumiu. Eles procuraram no posto médico e não obtiveram informação. Ficaram até às 18h na festa procurando por ele. Quando chegaram em casa, por volta das 19h30 receberam um telefonema de uma tia do rapaz informando que Lucas estava morto”, contou o advogado.

Segundo Gonçalves, os jovens disseram que nunca souberam de qualquer envolvimento de Lucas com drogas. Eles disseram que ele costumava freqüentar as casas uns dos outros e que as famílias se conheciam. Mas por conta da situação, os jovens preferiram não ir ao enterro de Lucas.

Novos depoimentos

Na próxima segunda-feira (5), o delegado vai ouvir novamente o pai de Lucas. Durante a próxima semana serão ouvidos também o responsável pela segurança da festa rave e o socorrista que atendeu Lucas. O delegado também aguarda o resultado do exame toxicológico do jovem.

“Quanto à suspeita de que seguranças poderiam estar vendendo drogas a festa, foi instaurado um inquérito paralelo. Estamos investigando a participação de um segurança e três traficantes que seriam contumazes fornecedores de drogas para festas”, disse o delegado.

MP e Justiça

O Ministério Público informou que já enviou para a delegacia que investiga o caso um relatório confirmando que “havia cerca de 10 mil pessoas na festa, muito consumo de bebidas alcoólicas, jovens caídos no chão embriagados e alguns em estado de alucinação”. O dossiê foi produzido por policiais militares que, disfarçados, estavam na festa.

O MP também quer saber se os documentos fornecidos pelo Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e PM dando sinal verde para a realização da festa estão em ordem.

Já a 1ª Vara de Família avisa que havia proibido a entrada de menores na rave. No dia do evento, segundo nota divulgada pela assessoria, a entrada da fiscalização foi impedida. Os fiscais só conseguiram entrar no local da festa com a ajuda da Polícia Militar. Assim que os comissários entraram no parque, flagraram dois menores consumindo bebida alcoólica.

Segundo a nota, as informações da fiscalização foram enviadas a delegacia para a apuração de eventual responsabilidade criminal dos sócios das empresas Directa Produções e Happy Land.

Venda e consumo de drogas

A venda e o consumo de drogas estavam liberados na rave em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio, afirmou o delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, da 71ª DP (Itaboraí), responsável pelo caso. Segundo Nunes, até seguranças participariam do esquema.

“O Disque-Denúncia está mandando muita coisa pra gente. Temos informações de que havia tráfico lá dentro. Inclusive com participação de alguns seguranças.”

A linha de investigação quer saber agora quem é o fornecedor. “Já temos indícios do fornecedor. É mais de uma pessoa. Estamos investigando”, disse.

Nunes explicou ainda que pela maneira como o caso está se conduzindo, os organizadores da festa deverão responder por homicídio culposo. Já a empresa de segurança que trabalhou no evento, responderá por associação para o tráfico.

O G1 entrou em contato com a empresa que fez a segurança do evento e está esperando a resposta. Ao RJ TV, a companhia negou que os seus funcionários vendessem drogas.

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