seu conteúdo no nosso portal

Nossas redes sociais

Japão condena à morte autor de ataque com gás sarin

Shoko Asahara, o guru fundador da ex-seita Aum Shinrikyo (Verdade Suprema", foi condenado à morte (por enforcamento) nesta sexta-feira por crimes terroristas, entre os quais dois atentados com gás sarin, de acordo com informações de fontes judiciais.

Shoko Asahara, o guru fundador da ex-seita Aum Shinrikyo (Verdade Suprema”, foi condenado à morte (por enforcamento) nesta sexta-feira por crimes terroristas, entre os quais dois atentados com gás sarin, de acordo com informações de fontes judiciais.

“O réu foi condenado à morte”, declarou o juiz principal Shoji Ogawa, ao final de um longo julgamento, que durou quase oito anos.

Shoko Asahara, cujo verdadeiro nome é Chizuo Matsumoto, 48, era acusado de 13 crimes que causaram a morte de 27 pessoas e feriram milhares.

O condenado tem 14 dias para apresentar uma apelação.

Em abril, a acusação exigiu a morte para o guru por “ter, sob a cobertura da religião, ordenado que seus discípulos cometessem crimes unicamente com o objetivo de satisfazer sua própria sede de poder”.

Qualificado pelo promotor de “o mais monstruoso criminoso de toda a história do Japão”, o guru –um ex-acupunturista e professor de ioga semicego– cometeu atos que são “os crimes de um ‘demônio’ que perdeu qualquer traço de humanidade”.

Asahara é também acusado de ter levado ao crime seus discípulos, que se julgavam convocados por um “mestre espiritual”.

Influência

Ao longo do processo que começou em abril de 1996, vários membros da seita, fundada por Asahara em 1987, explicaram ter agido sob a orientação de seu guru. Tal argumento foi refutado pelos 12 advogados de Asahara que defenderam sua inocência em 30 outubro, alegando que o tribunal devia distinguir a responsabilidade moral do guru, inegável como chefe da seita, de sua responsabilidade criminosa.

Os defensores do guru alegaram que os verdadeiros culpados eram os discípulos da seita, que escaparam a qualquer controle e se entregaram a assassinatos e outros a crimes.

É pouco provável que se esclareça se os seguidores do guru agiram por conta própria ou orientados por ele, já que o próprio guru mantém silêncio absoluto desde 1998, após ter afirmado ser “responsável” num primeiro momento, para, em seguida, clamar sua inocência.

O guru tinha negado então ser o cérebro do ataque com gás sarin em março de 1995, ação colocada em prática pelos membros da seita no metrô de Tóquio, nove meses depois de tentarem um primeiro atentado com o mesmo gás mortal em Matsumoto (centro do Japão). Nesse primeiro atentado, sete pessoas morreram.

Detenção

Asahara foi detido em maio de 1995, na sede da Aum Shinrikyo em Kamikuishiki nos arredores do Monte Fuji, no local mesmo onde a seita dirigia uma fábrica química capaz de produzir sarin –usado pelos nazistas para matar milhões de pessoas. O ataque ao metrô de Tóquio ocorreu em março do mesmo ano.

No momento do atentado de Tóquio, a seita possuía 10 mil fiéis e operava em quatro sucursais no exterior, notadamente em Moscou e Nova York.

Durante toda a duração do processo, Asahara se recusou a testemunhar perante o tribunal, murmurando somente algumas palavras ininteligíveis e cantos místicos com os olhos fechados.

“O processo não é normal. Parem, eu lhes peço, esta farsa… Pouco me importa ser enforcado se esta é a sua vontade”, declarou, numa explosão inesperada.

Além do atentado com gás sarin, Asahara é acusado de ter orquestrado o assassinato de várias pessoas, inclusive o da família de um advogado inimigo jurado da seita em 1989 .

Segundo a acusação, o guru também teria recrutado e doutrinado brilhantes cientistas marginais para que produzissem armas químicas, biológicas e até mesmo nucleares.

A seita, que mescla misticismo hindu, crenças primitivas budistas e visões apocalípticas, ainda existe.

Rebatizada como Aleph –a primeira letra do alfabeto hebraico- em 2000, conta hoje com 1.600 membros e é objeto de uma vigilância atenta pela polícia, já que a influência do guru ainda é grande entre os fiéis.

Compartihe

OUTRAS NOTÍCIAS

Uso de celular pelo preso durante trabalho externo não configura falta grave
Sabesp indenizará morador por barulho excessivo em conserto de esgoto
Homem deve pagar dividendos à ex-esposa enquanto estiver na condição de sócio