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Homem que tentou matar João Paulo 2º deixa prisão

O ex-militante ultranacionalista turco Mehmet Ali Agca, que tentou assassinar o papa João Paulo 2º em 1981, saiu da penitenciária de Istambul nesta quinta-feira, quase 25 anos depois da detenção.

O ex-militante ultranacionalista turco Mehmet Ali Agca, que tentou assassinar o papa João Paulo 2º em 1981, saiu da penitenciária de Istambul nesta quinta-feira, quase 25 anos depois da detenção.

Agca deixou o local por volta das 05h30 de Brasília em um automóvel, sob forte escolta policial.

Mais de 100 jornalistas estavam diante da prisão, assim como seu advogado, Mustafah Demirbag, e vários familiares, incluindo o irmão de Agca, Adnan. Alguns ultranacionalistas jogaram flores no carro no momento em que saía da penitenciária.

Ao ser entrevistado pela imprensa, Adnan Agca declarou: “O vi pela última vez na sexta-feira e disse que estava feliz, que era uma luta pela democracia e a cultura, e que esta luta continuaria”.

Depois, Mehmet Ali Agca seguiu para um centro de alistamento do Exército em Pendik, um bairro do lado asiático de Istambul. Agca, de 48 anos, não cumpriu o serviço militar, obrigatório a partir dos 18 anos na Turquia.

Quinze militantes ultranacionalistas se reuniram diante do local e exibiram uma grande bandeira turca. “Estamos muito felizes. Ele passou tempo suficiente na prisão. Viemos manifestar nosso apoio”, declarou à AFP Ozcan Toramanoglu, de 41 anos. Agca estava preso desde 2000 em Istambul, para onde foi extraditado depois de passar 19 anos em penitenciárias italianas por ter ferido gravemente a tiros o papa João Paulo 2º, no dia 13 de maio de 1981 na Praça de São Pedro.

Na Turquia ele cumpria pena, depois de ter sido condenado à revelia, pelo assassinato em 1979 de um famoso jornalista liberal, Abdi Ipekçi. Também foi condenado em 2000 a 36 anos de prisão por dois ataques contra bancos cometidos na década de 70.

No entanto, ele se beneficiou de uma anistia proclamada em 2002 e de reduções de pena previstas por uma reforma – exigida pela União Européia – do Código Penal Turco, aprovado no ano passado.

A libertação antecipada provocou polêmica na Turquia. O advogado da família Ipekçi, Turgut Kazan, afirmou que a mesma está baseada em um cálculo errado das reduções de penas.

O ministro da Justiça da época em que Agca foi extraditado para a Turquia, Hikmet Sami Turk, também declarou à imprensa que Ali Agca só dever ser libertado em 2012.

As motivações do ex-militante de extrema-direita continuam sendo um mistério e suas declarações, geralmente delirantes, não contribuíram para esclarecê-las e criaram uma dúvida: seria ele louco ou um hábil simulador.

Recentemente Agca afirmou, em uma entrevista ao jornal turco Vatan, que é “o primeiro porta-voz universal de Deus” e disse ter rejeitado uma oferta do Vaticano e do papa (João Paulo 2º) de “subir à direção da Santa Sé” caso se convertesse ao catolicismo.

A tese de que a tentativa de matar João Paulo 2º teria sido uma conspiração soviética foi citada em várias oportunidades, mas jamais confirmada.

João Paulo 2º perdoou publicamente Agca e o visitou na prisão em 27 de dezembro de 1983. O papa, que nunca contou se o agressor havia feito revelações sobre eventuais idealizadores do crime, também recebeu a mãe do turco no Vaticano em 1995.

Quando o papa polonês faleceu, em abril de 2005, Agca pediu às autoridades turcas permissão para assistir ao funeral de quem chamava de “irmão espiritual”, mas a solicitação foi rejeitada.

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