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Consumidor paga por água em frango

“O consumidor está comprando água a preço de frango". Esta é a conclusão a que chegaram os técnicos do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), com base nas análises encomendadas pelo órgão ao Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) sobre o percentual de água presente no frango congelado. Oito marcas - Sadia, Perdigão, Dagranja (Brotão), Copacol, Aurora, Korin, Flamboiã e Nhô Bento -, tiveram suas amostras coletadas e apenas uma, a Copacol, de um abatedouro do Paraná, estava dentro do padrão, com 5,6% de água, respeitando o limite permitido pelo Ministério da Agricultura, que é de 6%.

“O consumidor está comprando água a preço de frango”. Esta é a conclusão a que chegaram os técnicos do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), com base nas análises encomendadas pelo órgão ao Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) sobre o percentual de água presente no frango congelado. Oito marcas – Sadia, Perdigão, Dagranja (Brotão), Copacol, Aurora, Korin, Flamboiã e Nhô Bento -, tiveram suas amostras coletadas e apenas uma, a Copacol, de um abatedouro do Paraná, estava dentro do padrão, com 5,6% de água, respeitando o limite permitido pelo Ministério da Agricultura, que é de 6%.

A única marca de frango produzida em Minas Gerais analisada pelo Ital, a Nhô Bento, superou as concorrentes no volume percentual de água presente na ave congelada (11,9%), quase o dobro do permitido. O excesso, não reconhecido pelo fabricante, ficou demonstrado no “drip test” (teste de gotejamento), ou seja, o procedimento técnico que verifica a quantidade de água resultante do descongelamento da ave.

O fabricante, Recanto do Sabiá Alimentos Ltda., que detém a marca Nhô Bento, com abatedouro no município de Veríssimo e sede administrativa em Uberaba, no Triângulo Mineiro, alega não ter conhecimento das condições em que foram coletadas as amostras – segundo o Idec, no próprio ponto de venda, ou seja, em supermercados da região da Grande São Paulo. Mas o fabricante insiste: “Não sabemos as condições em que a amostra chegou ao laboratório. Sabemos que pertence a um lote de abril do ano passado, sendo que, em março de 2004, em outro lote, o produto apresentava 4,1% de absorção de água e estava em conformidade com os padrões exigidos, segundo os laboratórios Lara, em Pedro Leopoldo, na Grande BH, e Encal, em São Paulo. O Sistema de Inspeção Federal (SIF) tem feito análise de absorção de 2 em 2 horas, a cada turno de abate”, justificou o responsável pelo Departamento Jurídico da empresa, João Carlos de Oliveira. Segundo ele, a empresa abate 15 mil aves por dia.

Oliveira reforçou a defesa do abatedouro acrescentando que o Laboratório do Ital não está entre os credenciados pelo Ministério da Agricultura para proceder a análise por “drip test”. A pesquisadora do Ital, com sede em Campinas (SP), Luciana Miyagusku, responsável pelas análises físico-químicas do produto, informou ao HOJE EM DIA que o laboratório está em processo de credenciamento junto ao Ministério, mas acrescentou que já é credenciado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atendendo às demandas de análises ligadas aos padrões de segurança alimentar.

À exceção da Copacol, marca produzida por uma cooperativa agrícola do Paraná, que é vendida nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, as outras sete marcas analisadas excederam no volume de água. Alguns fabricantes atribuem a culpa ao responsável pelo ponto de venda, que teria, segundo eles, descongelado e recongelado o produto, o que faz com que aumente o volume de cristais de gelo. O produto, segundo o Ital, deve estar conservado em temperatura igual ou inferior a 12 graus centígrados negativos.

Apesar de aprovada no “drip test”, a Copacol, que abate 260 mil frangos por dia, foi reprovada na prova de rotulagem, assim como as outras sete marcas. “Segundo a pesquisadora Luciana Miyagusku, do Ital, as resoluções de números 12 e 13 da Anvisa tratam dos padrões microbiológicos e de rotulagem desses produtos. Foram analisados 20 itens de rotulagem (informações não contidas).

A Korin alega que o rótulo foi aprovado pelo SIF, o fabricante da Nhô Bento admite mudar a embalagem, a Sadia diz que o Ministério da Agricultura acompanha o seu “drip test” e que a diferença, de 6% para 6,6% é decorrente da flutuação de temperatura provocada pela saída do produto da fábrica até o momento da coleta no supermercado e a posterior análise.

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