A torcida organizada Geral do Grêmio está proibida de atuar e dois de seus líderes estão preventivamente afastados dos estádios por decisão assinada neste domingo, 21/2, pelo Juiz Marco Aurélio Martins Xavier, do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos de Porto Alegre.
As medidas cautelares têm motivo na briga, segundo informa o termo de audiência, ocorrida entre várias agremiações organizadas nas imediações de um dos portões de acesso à Arena – onde jogaram, na mesma data, Grêmio e Novo Hamburgo, pelo Campeonato Gaúcho.
O tumulto não foi flagrado pela polícia, porém os líderes da Geral foram identificados através das imagens das câmeras de monitoramento. Abordados nas arquibancadas, foram levados ao Juizado, onde alegaram legítima defesa e que apenas tentaram apartar.
Para o magistrado, os vídeos mostram que o grupo dos agressores ¿veio liderado pelos dois acusados¿ e que a torcida organizada ¿serviu de instrumento para a prática do ato de violência, o que não pode ser admitido¿, disse o Juiz Xavier.
As suspensões, tanto da Geral do Grêmio como dos dois torcedores, são válidas até que as responsabilidades sobre o ocorrido sejam detalhadas por inquérito policial – solicitado pelo magistrado ¿, com limite de 90 dias. Além da ausência dos estádios, os acusados devem se apresentar a delegacias nos horários de jogos do tricolor gaúcho. Já os demais componentes da organizada não poderão usar instrumentos e artefatos que a identifiquem.
Outros registros
Uma adolescente de 15 anos barrada na revista policial com substância semelhante à maconha e material de preparo e consumo foi outro registro do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos da Arena na tarde do domingo, 21/2. Os itens apreendidos ¿ tijolinho de erva, papel de seda e cachimbo artesanal – estão listados no Boletim de Ocorrência.
Por determinação do Juiz Marco Aurélio Martins Xavier, o caso foi encaminhado ao Juizado da infância e Juventude, e nova audiência marcada para ainda hoje. A adolescente estava acompanhada dos pais na audiência no estádio.
Ainda, 18 pessoas acusadas de exercício profissional irregular enquanto atuavam como flanelinhas, tiveram seus casos arquivados. Outras três, que admitiram não serem cadastradas na Prefeitura, terão seus casos investigados e poderão responder criminalmente.
Beira-Rio
No sábado, durante Internacional e Cruzeiro, pela mesma competição, o Juizado do Torcedor e Grandes Eventos do estádio Beira-Rio foi acionado por ocorrência de conduta inconveniente. Conforme o relato policial, dois adultos e um menor pulavam sobre as cadeiras, sem registro de dano. Como os acusados não aceitaram a transação penal oferecida e as imagens de vídeo não foram esclarecedoras, o Juiz Plantonista Roberto Carvalho Fraga abriu vista para o Ministério Público.
Números
São 10 as ocorrências em 2016 nos estádios da Capital gaúcha: cinco na Arena, três no Beira-Rio e mais duas no passo D¿Areia. Ao todo, 43 pessoas estiveram envolvidas.
Juizado do Torcedor
É o centro responsável pelo atendimento de contravenções penais de menor potencial ofensivo que tenham ocorrido nos estádios de futebol de Porto Alegre, com pena máxima de dois anos, cumulada ou não com multa, como posse de drogas, arruaças, atos de vandalismo e violência, e delitos de trânsito ocorridos antes, durante e após a partida.
Situações que configurem crime com pena superior a dois anos, como, por exemplo, lesões corporais graves, são processadas pela Justiça Comum.
