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Família acusa e vai processar empresa aérea de preconceito contra criança com doença na pele

A coreógrafa Deborah Colker anunciou ontem que vai processar a empresa aérea Gol por ter discriminado seu neto, Theo, que completa 4 anos hoje. Ela diz que o menino, que tem epidermólise bolhosa — uma doença rara que causa bolhas na pele — e a família foram constrangidos e que só conseguiram voar de Salvador para o Rio de Janeiro, na segunda-feira, após o aval de um médico da Infraero, que confirmou que a doença não é contagiosa.

De acordo com o relato da coreógrafa, a família foi abordada por integrantes da tripulação de uma forma grosseira. Eles pediram um atestado médico, apesar de ela ter explicado, ainda no check-in, que a doença do neto é genética. “Depois de ter ficado na sala de espera, de ter entrado no avião, começou essa abordagem na frente do Theo, na frente de todo mundo, de uma maneira completamente deselegante, despreparada”, reclamou.

Colker disse que a criança percebeu que o problema era com ela. Para Clara Colker, mãe do menino, ele foi violentado verbalmente. “Meu filho tem machucados pelo rosto. Sua imagem desperta curiosidade, atenção, olhares como qualquer um que não se encaixa nos padrões. Mas, e aí?! Qual é o problema disso? Penso que, por ter tais fragilidades, deva ser recebido pela sociedade com respeito, amor, zelo, carinho”, comentou. O contratempo gerou um atraso de aproximadamente duas horas na permissão para a aeronave decolar.

Idade média
Presidente da regional do Distrito Federal da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Marcelo Rubens condena a ação da empresa aérea. Segundo ele, não tem sentido uma pessoa andar sempre com um atestado. “Isso me lembra a época da idade média, em que a pessoa que tinham lepra — a hanseníase — tinham que usar um sino e ficar afastado. Esse caso surpreende, dentro dos avanços que temos hoje”, comenta. Ele destaca que um caso como esse só estimula o preconceito e causa um dano psicológico irreparável.

Em nota, a Gol disse que cumpriu rigorosamente as recomendações do Manual Médico da IATA (sigla em inglês da Associação Internacional de Transportes Aéreos) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Lamentamos profundamente os transtornos causados à família com relação à forma como foi conduzido o cumprimento de tais recomendações. A estes e aos demais passageiros, pedimos sinceras desculpas”, diz trecho da nota. (GC)

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