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Verba pública do IBAMA é usada em tratamentos de beleza

Rio - Enquanto parlamentares governistas e de oposição se digladiam no Congresso para comandar as investigações sobre gastos suspeitos com cartão corporativo, a farra com o dinheiro público acontece também em outras formas de pagamento. Como se fosse apoio administrativo ou até proteção ambiental, o Ibama pagou R$ 23.399,93 nos últimos três anos numa clínica de estética de Goiânia. A despesa feita na Angela e Karina, no bairro nobre Setor Marista, foi publicada no site Transparência, da Controladoria-Geral da União (CGU), responsável pela fiscalização da maior parte da administração federal. Até hoje, porém, ninguém foi punido.

Rio – Enquanto parlamentares governistas e de oposição se digladiam no Congresso para comandar as investigações sobre gastos suspeitos com cartão corporativo, a farra com o dinheiro público acontece também em outras formas de pagamento. Como se fosse apoio administrativo ou até proteção ambiental, o Ibama pagou R$ 23.399,93 nos últimos três anos numa clínica de estética de Goiânia. A despesa feita na Angela e Karina, no bairro nobre Setor Marista, foi publicada no site Transparência, da Controladoria-Geral da União (CGU), responsável pela fiscalização da maior parte da administração federal. Até hoje, porém, ninguém foi punido.

Depois de tomar conhecimento da irregularidade através de O DIA, a própria Superintendência do Ibama em Goiás reconheceu que os pagamentos são irregulares, mas não teriam sido detectados pelos mecanismos de controle usuais. Os desvios teriam sido feitos por uma servidora, cujo nome não foi revelado. Uma sindicância foi aberta para apurar os fatos.

Só no ano passado, a clínica recebeu R$ 10.038,64. Apesar de oferecer apenas tratamento de beleza, como rejuvenescimento e limpeza de pele, parte da despesa foi incluída no programa de trabalho ‘Conservação, Uso Sustentável e Recuperação da Biodiversidade’. A rubrica está prevista no Orçamento da União, aprovado pelo Congresso Nacional. Sem o disfarce do cartão corporativo, a nota foi apresentada como dentro da ação de governo ‘Controle, Triagem, Recuperação e Destinação de Animais Silvestres’.

Verba ambiental

As despesas foram registradas em dias diferentes nos meses de julho, setembro e dezembro. Em 2006, quando a clínica recebeu do Ibama R$ 9.523.87, o pagamento para a Angela e Karina se limitou ao programa de governo de ‘Apoio Administrativo’. O mesmo ocorreu em 2005, quando foram repassados R$ 3.837,42 para o estabelecimento, também sob essa rubrica. Só no ano passado, os responsáveis chegaram ao ponto de usar verba ambiental na clínica.

Segundo o site da CGU (www.transparencia.gov.br), as despesas foram efetuadas pela Gerência Executiva do Ibama em Goiás. Ao contrário dos gastos com o cartão de crédito corporativo, pagamentos feitos através de programas de trabalho comuns não têm o nome do responsável divulgado. O centro de estética, registrado na Receita Federal sob o CNPJ 01.075.324/0001-51, tem como atividade exclusiva tratamento de beleza.

Nenhum sistema de controle detectou o pagamento

Por conta dos pagamentos irregulares ao centro de estética Angela e Karina, as contas da Superintendência do Ibama em Goiás sofrerão devassa. Segundo uma nota oficial do órgão, “por solicitação da Superintendência, a direção do Ibama enviou a Goiânia três auditores que detectaram transferências indevidas do orçamento público para contas particulares”. Há suspeitas de que nenhum tratamento de beleza no centro de estética tenha sido efetivamente realizado.

Devido ao longo período em que o pagamento está sendo feito sem ser detectado por nenhum mecanismo de controle, o órgão informou que “foi solicitada uma profunda auditagem de todas as contas pagas por esta Superintendência”.

Caso sejam reunidas provas das irregularidades pela sindicância, o Ibama de Goiás diz que os responsáveis responderão a processo administrativo disciplinar. A Procuradoria da República de Goiás também acompanha o caso. Segundo a nota, foram “tomadas as providências judiciais cautelares necessárias para o momento”. O superintendente Ary Soares dos Santos disse que ficou surpreso com o pagamento e garantiu que dará satisfação do ocorrido o mais rapidamente possível. “Evidentemente, os pagamentos não têm nada a ver com os programas de trabalho”, comentou Ary.

Sócias da clínica não foram localizadas para comentar o caso. Uma funcionária informou por telefone que elas não estavam. As responsáveis não retornaram as ligações feitas pelo jornal.

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