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Reclamação da OAB perante o CNJ contra 26 juízes que adiaram audiências para protestar

Um ato organizado por juízes trabalhistas no último dia 5 de outubro virou alvo de reclamação no Conselho Nacional de Justiça. A seccional paulista da OAB e o Conselho Federal da entidade protocolaram reclamação disciplinar contra 26 juízes que – identificadamente – adiaram audiências, em São Paulo, para reivindicar valorização profissional e opor-se a cortes orçamentários.

Na prática, o total de juízes que não realizaram audiências, naquele dia, em todo o Estado de São Paulo, teria chegado a 169. Muitos deles sustentaram, repetidamente, que ”o magistrado deve exercer o papel de protagonista na luta pela defesa das instituições republicanas”.

Detalhe: a reclamação está direcionada contra 23 juízas mulheres e 3 juízes homens.

Segundo definido pela Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região tratava-se de protesto “contra a PEC nº 241/2016 (controle de gastos públicos), PEC nº 62/2015 (desvinculação de subsídios da magistratura dos subsídios dos ministros do STF) e PL nº 280/2016 (abuso de autoridade)”.

Com o afastamento dos juízes da rotina forense, em dia útil, várias dezenas de audiências daquela data foram adiadas para 2017.

A OAB-SP e o Conselho Federal levaram o caso à Corregedoria Nacional de Justiça, lamentando que “a redesignação de audiências trouxe como reflexo o prolongamento do litígio, ampliando o sofrimento dos reclamantes que terão que aguardar mais tempo para receber verbas de caráter alimentar”.

A OAB paulista e o CF-OAB afirmam já terem participado de atos pela valorização da Justiça do Trabalho, mas entendem que “não pode um magistrado usar de sua autoridade para praticar atos processuais estranhos à lide ou às partes, como redesignação de audiências para meses ou anos seguintes, fundamentando na participação em ato de caráter político-corporativo”.

O documento arremata afirmando que “a redesignação de audiências trouxe como reflexo o prolongamento do litígio, ampliando o sofrimento dos reclamantes que terão que aguardar ainda mais tempo para receber verbas de caráter alimentar, em um momento de profunda crise econômica no país, com 12 milhões de pessoas desempregadas” – diz nota assinada pelos presidentes das duas entidades autoras, Claudio Lamachia (Conselho Federal da Ordem) e Marcos da Costa (OAB-SP).

Nominata – segundo a OAB-SP e o CF-OAB – dos juízes que adiaram audiências para
participarem de um protesto de interesse corporativo:

ADRIANA DE CÁSSIA OLIVEIRA

ANA PAULA SCUPINO OLIVEIRA

ANDREA CUNHA DOS SANTOS GONÇALVES

APARECIDA MARIA DE SANTANA

BRUNO JOSÉ PERUSSO

CAMILA DE OLIVEIRA ROSSETTI JUBILUT

CRISTIANE MARIA GABRIEL

ELISA VILLARES

ELZA MARIA LEITE ROMEU BASILE

ERIKA ANDREA IZIDIO SZPEKTOR

FABIANA BUENO VENTRIS

FABIANA MENDES DE OLIVEIRA

FERNANDA BEZERRA TEIXEIRA

JEAN MARCEL MARIANO DE OLIVEIRA

JOSE DE BARROS VIEIRA NETO

JULIANA SANTONI VON HELD

KAREN CRISTINE NAMURA MIYASAKI

MARA CRISTINA PEREIRA CASTILHO

MARIA DE FÁTIMA ALVES RODRIGUES BERTAN

MARIA FERNANDA MACIEL ABDALA

MICHELLE DENISE DURIEUX LOPES DESTRI

PAULA GOUVEIA XAVIER COSTA

RENATA PRADO DE OLIVEIRA SIMÕES

SILVIA HELENA SERAFIN PINHEIRO

SORAYA GALASSI LAMBERT

WALKIRIA APARECIDA RIBEIRO MORENO.

Defesa da classe

· Segundo a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região (Amatra-2), 169 magistrados participaram do ato em São Paulo, enquanto 116 varas redesignaram processos que estavam em pauta.

· A entidade também declarou ter visto com “muita preocupação e espanto” a apresentação da reclamação disciplinar da OAB-SP e do CF-OAB no CNJ. (Proc. nº 0005823-23.2016.2.00.0000).

FONTE: ESPAÇO VITAL

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