O ministro da Previdência Social, Amir Lando, misturou hoje ironia e poesia para falar sobre a possibilidade de deixar o cargo caso haja um rompimento entre o PMDB, partido no qual é filiado, e o governo Lula.
Durante entrevista sobre os problemas no sistema do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Lando afirmou duas vezes que irá trabalhar para modernizar a Previdência Social nos próximos meses, “se houver” próximos meses.
“O cargo de confiança é transitório na sua essência. Eu tenho que trabalhar como se pudesse permanecer o tempo necessário para realizar modificações essenciais à modernização da gestão previdenciária”, disse o ministro. “Nós vamos pensando como se a coisa continuasse”, completou.
O ministro também fez várias citações literárias, o que incluiu o dramaturgo William Shakespeare (1564-1616), para dizer que continuará trabalhando “até o último dia”.
“Enquanto eu estiver aqui, eu vou exercer a minha competência na sua plenitude, sem reservas, sem medo, porque o medo é uma questão pessoal, psicológica. É como disse Shakespeare: ‘muito antes de morrer, morre o covarde. Aos fortes, a morte abate uma só vez.'”, afirmou.
Sobre a convenção nacional do próximo dia 12 de dezembro, na qual o PMDB irá definir se continuará ou não integrando o governo Lula, Lando afirmou que o partido tem de manifestar “como um universo, e não como algumas pessoas”.
Ele não quis dizer se acreditava na possibilidade de rompimento com o governo. “Eu não posso saber o que o PMDB vai falar. Enquanto durar a confiança do presidente, nós vamos continuar”, afirmou.
No final desta tarde, o ministro esteve reunido com o líder do partido na Câmara, deputado José Borba (PMDB-PR), que disse se tratar de um encontro de rotina.